sexta-feira, 6 de maio de 2016

Segurança em Duas Rodas

O incremento da segurança não acontece apenas no interior dos automóveis, com o aumento exponencial de sistemas de ajuda à condução que facilitam a vida a quem vai ao volante, para além de outras funções de conectividade, extensível aos demais ocupantes da viatura. Tal também é verdade na vertente das motos, ainda que com especificidades diversas, fruto das limitações de uma estrutura mais contida, realidade que numa bicicleta é ainda mais diminuta.
 
Fotos: Livall, Lumos, EverySight e Skully (oficiais)
Sobram assim, os elementos indispensáveis a quem anda em duas rodas: os capacetes e viseiras, sendo que hoje trago-lhe quatro exemplares que prometem revolucionar a indústria dos capacetes e/ou óculos para utilizadores de duas rodas: os capacetes inteligentes LIVALL e LUMUS, a viseira da EverySight e o capacete integral Scully Ar-1.

De origem chinesa e nascido depois de uma recolha de apoios nas plataformas KickStarter e na Indiegogo, o LIVALL é um conceito verdadeiramente futurista de um capacete que, entre outras funcionalidades, inclui colunas Hi-Fi Bluetooth e um microfone passível de ser emparelhado com um smartphone ou pode operar em modo walkie-talkie permitindo-se falar com outros utilizadores.


Tem sensores para detecção de quedas e de cadencia/velocidade, uma bateria adicional para carregar smartphones, controlo remoto e umas bem coloridas luzes LED para sinalização do ciclista à noite, que conjugam com as 5 cores da estrutura (branco, azul, amarelo, vermelho ou preto matte). Naturalmente que tem a respectiva app para melhor explorar todas estas capacidades. Preços: 139 dólares na versão BH60 citadina e 239 dólares na variante BH100 para BTT. Veja-os mais em pormenor aqui.

Dos EUA e, igualmente, depois de uma campanha iniciada no KickStarter chegará ao mercado em Setembro próximo o LUMOS. Disponível em preto mate ou branco pérola, integra, entre outros, 14 LEDs brilhantes brancos à frente e 16 vermelhos atrás, fornecendo em conjunto mais de 80 lumens de iluminação para garantir o devido destaque na estrada.


Tem piscas visíveis tanto de frente e por trás, activados pelo controle remoto wireless montado no guiador da bicicleta, luzes de travagem que se ligam automaticamente via um acelerómetro integrado sempre que se pedala mais devagar. A bateria é recarregável e dura mais de 3 horas entre cada carga. Robusto e resistente à água, tem como actual preço de lançamento 119 dólares no portal da marca. Veja mais aqui.

Igualmente avançadas são as viseiras da EverySight. De origem israelita, as “Raptors” apresentam, entre outras funcionalidades, um display na linha de visão do utilizador com diversas informações, como localização GPS, rotas, condições de terreno e velocidade ou mesmo a frequência cardíaca do utilizador.


Permitem atender chamadas telefónicas ou receber mensagens e estão dotadas de uma câmara para fotos e gravação de vídeos em movimento. Recorrem ao sistema operacional Android, emparelhando com equipamentos como smartphones, computadores e/ou tablets. Mais imagens aqui.

Finalmente, eis o Scully Ar-1, o primeiro capacete de realidade aumentada. Integra uma câmara de visão a 180º e um visor integrado na própria viseira, onde desfila um conjunto de informações que garantem níveis de atenção e segurança sem paralelo ao motard, mantendo este o seu olhar sempre na estrada.


Um pequeno écran interno serve de espelho retrovisor (através duma pequena câmara na traseira do capacete), recebe notificações de chamadas e sms, bem como informações de trânsito e de navegação, via GPS. Disponível em Antracite Mate ou Branco Artico Brilhante, encontra-se em pré-venda, com um preço de 1499 dólares, estando as primeiras entregas previstas para o próximo Verão. Conheca-o em pormenor aqui.

Por cá há um projecto que merece uma referência especial: o conceito “CIB – Capacete Inteligente para Bicicletas”, da autoria de um grupo de alunos do Externato Oliveira Martins - Escola Profissional de Espinho. Trata-se de um dispositivo de baixo custo e pequenas dimensões que poderá adaptar-se às protecções convencionais de cabeça dos ciclistas. Detecta situações anómalas, seja uma paragem repentina do ciclista ou se este, caso caia, se encontra na horizontal e inactiva durante um determinado período de tempo. Em ambos os casos, o dispositivo, emparelhado com o telemóvel do utilizador, envia uma mensagem de alerta para um número predefinido, indicando a sua posição geográfica. O CIB integra ainda duas luzes indicadoras de mudança de direcção, accionadas pelos movimentos de cabeça do ciclista. 

Um projecto que foi, no início do ano, alvo de um prémio monetário, no âmbito do programa “Ciência na Escola”, promovido pela Fundação Ilídio Pinho, que representará um primeiro impulso com vista ao seu potencial desenvolvimento. Apoio financeiro para passar à próxima fase precisa-se, portanto!

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro

Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

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