sexta-feira, 30 de junho de 2017

Esta grande vontade de crescer

Conduzir… Quem é que em pequeno nunca pediu ao pai ou à mãe para se sentar ao colo e dar umas voltinhas pelo bairro, fazendo a inveja a alguns amigos? Num tempo em que as tecnologias ainda não nos dominavam era também comum ver-se montado nas costas do banco do passageiro algo semelhante a uma coluna de direcção, com volante, hastes de pistas e luzes e até uma foleirota buzina, com a qual, sentados no banco de trás, imitávamos as acções dos nossos papás ao volante, muitos sonhando em depressa crescer para ter 18 anos e poder tirar a carta!

Agora que as tecnologias são uma realidade indesmentível, a Toyota lançou algo - para já só disponível no Japão - que irá permitir às mais jovens gerações conduzir viaturas motorizadas. Integrado num projecto mais abrangente denominado “Camatte”, a nova Escola Camatte foi apresentada no início do mês no "Salão de Brinquedos de Tóquio", que esteve patente nas instalações do Tokyo Big Sight. Através dela os jovens podem viver o processo de obtenção de uma carta de condução, primeiro aprendendo a controlar o volante, acelerador e travões, assim como a conduzir a viatura num percurso dentro de um espaço dedicado ao efeito, para no final até fazerem o necessário exame.
Imagens: Toyota
Camatte Petta é o nome da viatura aqui usada, podendo esta ser decorada com vários ímanes, de formas e cores diferentes, permitindo-se uma relativa personalização, de acordo com as preferências dos utilizadores. É a mais recente adição ao um projecto mais abrangente, a que a marca japonesa tem estado associada desde 2012, através do qual - numa cultura familiar assumidamente nipónica - se incentivam pais e crianças a familiarizar-se e a ganhar alguma prática com viaturas motorizadas. Para as crianças mais novas mantém-se um outro programa – o “Camatte 57s” – que recorre a um simulador de condução.
No final da simulação e depois da avaliação final pelo promotor do espaço às suas capacidades, as crianças que passarem esse exame podem receber uma carta de condução provisória, emitida pela própria Toyota, com toda a informação e fotografia. Conheça aqui o projecto com mais detalhe.

Como se aprende em Portugal
Por cá, enquanto a tecnologia e os investimentos das entidades potencialmente interessadas não nos permitirem vôos maiores, mantemo-nos fiéis aos tradicionais – mas ainda muito válidos – percursos de condução para crianças, como o da “Caravana de Educação Rodoviária”, da Fundacion Mapfre, que regulamente percorre o nosso país com a sua estrutura dedicada.
Promovendo o conhecimento e o respeito pela sinalização, nela se fomentam a educação e civismo entre os nossos jovens dos 9 aos 12 anos, sendo a teoria dada num camião que funciona como sala de aula, exibindo-se depois os dotes práticos num circuito com insufláveis, rotundas, sinalização vertical e horizontal. Actuando como condutores ou peões, o processo é sempre acompanhado por monitores especializados.
Imagens: Fundación Mapfre

Siga o Facebook da Fundación Mapfre em Portugal e saiba quando é que esta importante ferramenta poderá estar na sua terra.
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes; 
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Um veículo para o ano 2740

Faltam bem mais de 700 anos para chegar ao mercado, mas a Lexus não faz a coisa por menos e está já a promover, na internet e nas suas redes sociais, um veículo que pretende vir a comercializar… no ano 2740! Chama-se SKYJET SJ 1800 e é uma pequena nave espacial, que promete deslumbrar quem a vier a conduzir.

Não acredita? É que já há vídeo de promoção e tudo, apresentando-se nesta edição Trendy Wheels. A esta distância temporal os detalhes ainda não são, naturalmente, muitos, mas ainda assim…:

De facto trata-se de uma acção inserida num patrocínio de maior dimensão da marca japonesa à mais recente obra de ficção científica de Luc Besson, o filme “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas” que irá estrear entre nós no final do próximo mês. Inspirado na icónica banda desenhada “Valérian e Laureline”, de Pierre Christin e Jean-Claude Mézières, nele aborda-se de um modo absolutamente absorvente – aconselha-se mesmo a sua visualização em 3D – a reiteradamente difícil coexistência entre as espécies e a questão de quem domina o quê, numa (re)nova(da) interpretação da estafada luta do Bem contra o Mal. Tem como palco a cidade intergaláctica de Alpha, metrópole em constante expansão e cuja população é formada por milhares de diferentes espécies dos quatro cantos do universo, num total de 17 milhões de habitantes.
A Lexus considerou este projecto como o espelho da sua própria visão de futuro, onde a Inteligência Artificial (AI) e o Interface Homem-Máquina (HMI) se conjugam na perfeição, permitindo que pessoas e veículos se tornem num só elemento. Para Takeaki Kato, Engenheiro Chefe da Lexus, “a tecnologia está em constante desenvolvimento. O futuro distante ainda é imprevisível, mas uma coisa é certa, na Lexus, continuaremos a desafiar-nos e a imaginá-la. Os carros do futuro podem até voar, mas, como marca de luxo, consideramos essencial que permaneçam emocionais”.

Tendo como objetivo envolver ainda mais os fãs de automóveis e do cinema, aproximando as duas realidades, ao mesmo tempo que promove a temática das energias do futuro – o SKYJET recorre a cápsulas de combustível de hidrogénio – a Lexus acaba de disponibilizar alguns momentos inéditos dos bastidores do filme, dando especial atenção à filosofia de design e das tecnologias presentes nesta sua (futura) nave espacial. Assista aqui.
Imagens: Lexus, Valerian e Meribérica

Se é fã da temática não pode perder, de maneira nenhuma, aquela que é vista como uma das mais fantásticas obras com assinatura do realizador, que no seu curriculum conta com outras pérolas como sejam “O Profissional”, “O Quinto Elemento” e “Lucy”. Veja aqui o trailer e depois o filme que estará nas nossas salas de cinema a partir do próximo dia 27.
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Uma enorme alma lusitana

Assistir a um jogo entre duas equipas é algo bastante comum, nomeadamente entre os aficionados das diferentes modalidades, com várias centenas – por vezes milhares – de espectadores nas bancadas, a torcer pela equipa do seu coração. Uma verdade nos desportos ditos convencionais, pois os números de assistentes noutros encontros que envolvam atletas com algum grau de deficiência são bastante mais baixos, embora o espectáculo seja de idêntica e, por vezes, até mais envolvente dimensão.

É esta vertente desportiva que o Trendy Wheels hoje aborda, apontando ao Basquetebol em Cadeira de Rodas (BCR), modalidade onde até contamos com uma Selecção Nacional, que está neste momento a preparar-se um Campeonato Europeu. Sabia? Desse lado são, decerto, poucos os que o sabem, eventualmente tantos quantos os que souberam do renovado brilhantismo da equipa APD-Braga BCR, que em 2017 voltou a conquistar tudo o que havia para ganhar em terras lusas no domínio do BCR. Do Campeonato Nacional, com um domínio absoluto em que os seus atletas venceram todos os jogos, à Taça de Portugal e Super Taça, tudo correu de feição à formação minhota. Como se tal não chegasse, ainda conquistou o Torneio de Encerramento da temporada.
Se é amante do BCR ou simples curioso com algo que, infelizmente, merece pouca ou nenhuma cobertura por parte das nossas televisões e publicações, incluindo as de âmbito desportivo, convido-o, agora, a assistir a um confronto de titãs, jogo que opôs os agora pluri-Campeões Nacionais à formação do GDD Alcoitão, na atribuição da 24ª Taça de Portugal de Basquetebol em Cadeira de Rodas. Foi na Figueira da Foz, no passado dia 27 de Maio.


Da fisioterapia ao desporto
Actividade nascida após a 2ª Guerra Mundial, para reabilitação de deficientes motores resultantes do conflito, o Basquetebol em Cadeira de Rodas (BCR) evoluiu depois para desporto federado, granjeando tradição no movimento paralímpico, sendo ali modalidade desde os Jogos de Roma (1960). Nele aplica-se a grande maioria das regras da Federação Internacional de Basquetebol, conjugadas com as adaptações da International Wheelchair Basketball Federation.

Duas equipas de 5 jogadores defrontam-se num campo convencional, respeitando-se todas as suas marcações e medidas. O chiar das rodas das cadeiras, dotadas de adaptações específicas, substitui o dos ténis no piso de madeira, mantendo-se os robustos atletas a entregarem-se a lutas sem igual pelo melhor resultado. As pontuações são dadas de acordo com os graus de deficiência (de 1 a 4,5) por equipa, de acordo com o potencial funcional dos jogadores ao longo dos diversos aspectos do encontro.
Em Portugal, a história do BCR começa, também, nos hospitais de reabilitação, junto dos militares que sofreram lesões, nomeadamente vertebro-medulares, na Guerra Colonial. O Hospital Ortopédico de Sant´Ana (Parede) e o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão foram as instituições pioneiras na promoção e desenvolvimento deste desporto entre nós.
Foi sob a égide da Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência que se realizou na época de 1991-92 o 1º Campeonato Nacional de BCR, seguindo-se no biénio 1992-93 a primeira Taça de Portugal e em 1993-94 a primeira Super Taça. A partir de 1996-97, a modalidade passa a ser gerida pela ANDDEMOT – Associação Nacional de Desporto para Deficientes Motores.
A formação da APD-Sintra é a mais titulada, com 11 ceptros de Campeã Nacional, 11 Taças e 14 Super Taças. Os restantes troféus dividem-se pelas formações da APD-Lisboa (4/4/4), GDD-Alcoitão (4/3/2) e APD-Leiria (3/2/1). Quanto à APD-Braga, dominadora das duas últimas épocas, a sua vitrina integra os troféus de 3 Campeonatos, 4 Taças e 2 Super Taças, entre outras medalhas e distinções.
Imagens: APD-Braga BCR

Defendendo todos esses títulos na próxima época do Nacional de BCR, irão contar com algumas novidades que estão na calha. Conheça-as aqui.

PORTUGAL!!! PORTUGAL!!! PORTUGAL!!!
Como se referiu acima, Portugal tem-se preparado para o Europeu de Basquetebol em Cadeira de Rodas - Divisão C, a disputar em Brno (República Checa) de 25 a 28 Julho próximo. Ali o conjunto luso tentará alcançar um dos dois primeiros lugares, resultado que lhes permitirá regressar ao escalão B da modalidade, perdido há um ano em Serajevo (Bósnia Herzegovina).

Orientada por Marco Galego e seus pares, a equipa lusa tem realizado vários treinos e encontros particulares para os jogos desse Europeu, entre os quais os dois de apuramento para as meias-finais, onde se irá defrontar a Bélgica (de hoje a um mês) e depois a Grécia (no dia 27 de Julho). Num campeonato em que também são candidatos a Irlanda, Hungria, Sérvia e os anfitriões da República Checa, seguem-se as meias-finais entre as equipas apuradas, a definição do 4º e 3ºs classificados e, finalmente, o jogo entre os futuros Vice-Campeão e Campeão da Europa – Divisão C.
Com 9 participações em Europeus de BCR, três dos quais organizados por cá – Tavira (1999) e Lisboa (2005 e 2015) – Portugal tem alternado entre os escalões C e B. Os nossos melhores resultados foram alcançados em 2007, em Dublin (Irlanda), com um 1º lugar na Série C que garantiu a subida, no ano seguinte, ao escalão B, e depois em 2015, a jogar em casa, com um 2º lugar final que também valeu a subida de escalão à formação lusa, lugar entretanto perdido no ano passado.
Em Brno estarão os seguintes os 12 guerreiros lusos: Pedro Gonçalves (3,5 base), do Sporting CP/APD Sintra, é o Capitão de uma Equipa que tem Filipe Carneiro (2,0 extremo), Gabriel Costa (4,0 poste), Henrique Sousa (1,0 extremo), José Miguel (3,0 extremo/poste) e Márcio Dias (4,5 poste) oriundos da APD-Braga, num grupo que se completa com Ângelo Pereira (2,5 base/extremo) da APD-Lisboa, Christophe da Silva (1,0 extremo) do CS Meaux, Hugo Maia (2,5 extremo) do GDD Alcoitão, Iderlindo Gomes (4,0 poste) da APD Leiria, Marco Gonçalves (1,5 extremo) do GDD Alcoitão e Pedro Bártolo (2,5 base) do CP Mideba. A equipa técnica é composta por Marco Galego (Selecionador Nacional), Ricardo Vieira (Selecionador Adjunto), Augusto Pinto (Team Manager) e Nuno Fonseca (Osteopata).
Imagens: Federação Portuguesa de Basquetebol
Vamos, então, juntar-nos de novo e apoiar Portugal! Siga neste link as actividades da Selecção Portuguesa de Basquetebol em Cadeira de Rodas e saiba mais detalhes deste Europeu aqui e aqui. Acompanhe os nossos Campeões, atletas que através do desporto demonstram que existe muito mais para além da deficiência física.
1...2...3! Pooooor... PORTUGAL!
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Os santos também morrem...

Nada tendo de religioso, esta edição versa outro tipo de santos, no caso o único – leia-se “verdadeiro” – santo da televisão. Chamava-se Simon Templar e era a personagem principal da série de espionagem “O Santo” que foi exibida de 1962 a 1969. Foi Roger Moore quem deu vida a este herói que roubava aos bandidos para ficar com grande parte dos despojos, actor que também encarnaria por 7 vezes outro ícone do cinema, o igualmente espião James Bond. Pode-se, assim, dizer que o santo original morreu, tal como parte se desvaneceu parte da genética 007.
Imagens: IMDB, ITV

Se a série britânica terminou no final dos anos 60 do século passado, o nome deste galã do grande ecrã irá perdurar pelos tempos, pois por mais recriações, sequelas e transposições para o pequeno e grande ecrãs que se façam, ninguém nunca lhe chegará aos calcanhares.
Para além da altivez tipicamente britânica que transpirava da sua interpretação nos 118 episódios da série, divididos por 6 temporadas, houve um automóvel que se lhe ficou associado, o Volvo P1800, seu companheiro de inúmeras aventuras. Conheça-o aqui:

A título de curiosidade, este coupé de matrícula “ST 1” esteve desaparecido durante mais de duas décadas depois da sua última utilização na série, tendo sido encontrado numa quinta de North Wales em 1991, pintado de vermelho e muito danificado. Recuperado a 100% por Kevin Price, fã da marca sueca, ressurgiu aos olhos do público em 2013, numa exposição britânica de veículos clássicos. Hoje estará na posse de um americano, de seu nome Bill Krzastek, que até já o levou ao famoso programa de TV Jay Leno’s Garage.

Os outros companheiros de Moore
Naturalmente que muitos outros carros passaram pelas mãos de Roger Moore ao longo da sua filmografia, nomeadamente as rodas integradas nos filmes da saga James Bond, alguns deles icónicas e/ou exóticas, criações do personagem Q, responsável pela divisão de gadgets dos Serviços Secretos Britânicos.


Imagens: James Bond/007
Os exemplos vão do Lotus Esprit que Moore mergulha nas águas da Sardenha no filme “007 Agente Irresistível” (em 1977), ao ultra-resistente Citroën 2CV amarelo de “007 Missão Ultra Secreta” (1981), até a um improvável Renault 11 que se parte ao meio numa louca perseguição pela cidade de Paris, em “007 Alvo em Movimento” (1985), entre outras viaturas utilizadas nos filmes em que participou.
Alguns constam desta curiosa sequência que resume as viaturas que Moore & companhia, na pele do cobiçado agente secreto, têm conduzido ao longo da saga.

Quanto a Sir Roger Moore - foi-lhe dado o grau de Cavaleiro do Reino em 2003 e nos últimos anos defendia, como Embaixador Honorário, os objectivos da UNICEF - fica para a história a sua recheada filmografia, parte de uma vida mais abrangente que será, decerto, retratada no cinema num dos próximos anos. Vejamos se lhe farão a devida justiça!
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

20 anos a salvar vidas

É inegável que a segurança a bordo dos automóveis tem evoluído de um modo significativo ao longo dos anos, nomeadamente nos últimos, em que o desenvolvimento tecnológico deu um salto de gigante. Regista-se, por isso, a constante introdução de sistemas cada vez mais sofisticados, que têm como objectivo minimizar os danos, nomeadamente no condutor e passageiros, a chamada “parte fraca” de todo o conjunto. Alguém que tem também de dar o seu contributo, embora na maioria das vezes não estando nem aí, contando apenas com os santinhos ou com a máxima de “ao menino e ao borracho Deus põe a mão por baixo”!
Só que nem sempre é assim, infelizmente! Claro que cada acidente tem as suas próprias características e que há “n” factores a ter em linha de conta, seja pelos veículos envolvidos, pelo estado – físico, psicológico, neurológico, etc – do condutor, pela envolvente do percurso, etc. Felizmente há entidades que há muito estão sempre atentas a estas realidades, obrigando os construtores a, cada vez mais, se preocuparem com quem lhes compra os automóveis.
É o caso da Euro NCAP, organismo independente de avaliação de segurança que, de há 20 anos a esta parte, assumiu um papel de verdadeiro protagonista no sector. No âmbito deste aniversário desvendou um vídeo que demonstra o quanto se evoluiu, comparando dois veículos do mesmo segmento, separados duas décadas entre si: um Rover 100 de 1997 e um Honda Jazz de 2015. Os resultados registados nas avançadas instalações Thatcham Research Centre (Reino Unido), são por demais elucidativos do nível de destruição de então e do presente, quer ao nível do veículo, quer – e principalmente – do impacto nos ocupantes. As imagens falam por si:

De acordo com os dados desta instituição, a sua actuação terá permitido que se salvassem mais de 78.000 vidas ao longo destas duas décadas, período em que a EueroNCAP realizou cerca de 1.800 crashtests, obrigando a um investimento global superior a 160 milhões de euros.
“Estamos muito orgulhosos do facto do nosso programa de testes de segurança ter levado a um crescimento de importantes soluções de segurança nos automóveis, ajudando a Europa a registar a menor taxa de fatalidades, face a qualquer outra região do mundo”, afirmou Michiel van Ratingen, o seu o Secretário-Geral. “No entanto não devemos baixar os braços, sendo que queremos garantir que as estradas da Europa sejam ainda mais seguras ao longo dos próximos 20 anos, não só para os ocupantes dos veículos, como para todos os intervenientes no trânsito”, deixando a promessa de que “vamos continuar nessa direcção, estando neste momento a definir um abrangente e desafiador projecto para o período de 2020 a 2025”.

Crashtest em formato XXS
Ainda nesta vertente, a ADAC, o maior clube automóvel alemão e que, entre outras actividades, também avalia resultados de testes de colisão, tornou público há dias um vídeo de um projecto que também envolve o lançamento de um carro contra uma parede. Seguiu todas as regras inerentes às suas avaliações a automóveis convencionais, só que, neste caso em particular, esse carro tinha tudo menos de normal, sendo feito em… bem, o melhor é ver o vídeo:

Como se pôde ver, trata-se Porsche 911 GT3 RS da colecção LEGO Technic, um complexo conjunto de 2.704 peças e que se monta nuns meros 856 passos, medindo, uma vez completa a tarefa, 57 cm de comprimento, por 25 de largura e 17 de altura. À semelhança dos testes tradicionais, foi enviado contra a habitual barreira a cerca de 46 km/h, com estes impressionantes resultados!
Imagens: Euro NCAP

Resumindo, seja a brincar ou mais a sério, o resultado de um acidente é, muitas vezes, devastador. As distracções, nomeadamente com as novas tecnologias, álcool, velocidade, veículos envolvidos e o estado da estrada, os outros condutores, peões e os seus próprios passageiros ou eventuais animais que leve a bordo, tudo contribui para que cada um seja um acidente individual. Entidades como as acima fazem soar os alertas e pressionam os construtores a fazerem veículos cada vez mais seguros, mas cabe-lhe a si uma importante dose de atenção e o discernimento suficiente para que a coisa não descambe para algo com custos elevados, a vários níveis!
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
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segunda-feira, 19 de junho de 2017

Felinos pelos ares

Animais e veículos com rodas nem sempre são a melhor das combinações, pois os bichos têm uma tendência natural para se tornarem irrequietos, nomeadamente em ambientes fechados e, por vezes, pouco familiares ou adequados à sua vivência. Se para o Tareco, o Bobi ou o Pequerrucho a coisa é complicada, imagine-se para animais selvagens.

Vem isto a propósito do mais recente transporte especial que a TAP Cargo teve de fazer, quando um dos voos regulares da companhia para o Brasil, a bordo do Airbus 3450-300 “Fernão Mendes Pinto” teve de levar 4 leões-angolanos, oriundos do Jardim Zoológico de Lisboa, felinos que tiveram o Zoo Pomerode, no estado de Santa Catarina, como destino final. Veja aqui alguns dos preparativos para este voo tão especial, que permitiu a introdução da espécie na América do Sul, se bem que em cativeiro:

E koalas também
Esta realidade de âmbito mais selvagem não é nova para o operador nacional, pois já no final de Novembro do ano passado havia trazido de Dusseldorf para Lisboa uma outra passageira muito especial. Tratou-se de uma jovem fêmea de koala, que até foi baptizada pelos próprios passageiros no voo que a trouxe para o nosso país, sendo-lhes permitido um contacto e partilha de emoções com o pequeno mamífero originário da Austrália, então com 1 ano de vida.

É no Zoo de Lisboa que a pequena Goolara – nome aborígene, que significa “Luar”, de homenagem às raízes da espécie – se prepara para, também ela, dar continuidade à sua espécie, espaço que há 25 anos participa num programa de educação e conservação. Entre outras práticas, esta é feita a partir de um casal que desde 1991 habita o Zoo Duisburg – a Maka (“Terra”) e o Dinkum (“Genuíno”) – ali gerando filhotes que são posteriormente enviados para outros espaços, com vista à formação de novos casais reprodutores.
Antes disso já levaram pelo ar bichinhos tão diversos como uma águia pesqueira, um tigre da sibéria e até um hipopótamo pigmeu, que seguiu para o Zoo de Miami (EUA). 
Numa próxima viagem esteja atento ao seu companheiro de fila. Nunca se sabe com quem – ou o com quê – pode ter de partilhar o snack!


Imagens: TAP Cargo (1, 4 a 10), Zoo de Lisboa (2) e Pedro Paula Pinto (3)


Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
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1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.


quinta-feira, 15 de junho de 2017

Presidenciais II: Entre Bestas e Papamóveis

Continuamos hoje esta viagem pelos automóveis presidenciais, apontando a outros pontos do planeta, onde as viaturas destinadas aos representantes máximos de cada nação são de gosto (e custo) variável. Muito falados são o Cadillac One – tem a alcunha “The Beast” – do Presidente dos EUA, ou as igualmente imponentes viaturas oficiais da Rússia, com o seu líder a deslocar-se num longo Mercedes-Benz S600L. Fala-se que está na calha uma outra blindada, da marca russa ZiL, da qual – naturalmente – não há ainda muitos dados públicos. São ambas autênticas fortalezas, capazes de lidar com ataques com rockets ou químicos, estando, segundos os especialistas, dotadas de u adequado arsenal bélico!
Imagem: Maybach


A Mercedes-Benz não tem, aliás, mãos a medir para dar resposta às solicitações de muitos Estados, de longas berlinas feitas à medida por uma divisão própria para estes clientes tão especiais, ou mesmo através da Maybach, a sua marca de hiper-luxo. Sem surpresas, o executivo da Alemanha tem vários S600L ao serviço, tal como os governantes das Filipinas, Índia, Quénia e Nigéria, países onde a extrema pobreza contrasta com os luxos de alguns líderes.
Imagens: Cadillac (1), Mirror/Sergey Guneev Sputnik (2), South China Morning Post (3) Wikipedia (4 e 5)

Nas rivais Coreias, a Sul, o moderno Hyundai Equus VL500 Limousine mede forças com o produto local da Pyeonghwa Motors do líder nortenho, enquanto na China é, como convém, um local FAW Hongqi Red Flag a limusina do seu Presidente. Do lado oposto do planeta, na América do Sul e fruto da austeridade local, tem havido um decréscimo na ostentação: o Brasil aposta num Ford Fusion de produção mexicana, guardando na garagem os dois Rolls-Royce Silver Wraith (de 1953 e 1957) para eventos mais formais; na Argentina o novo carro de protocolo de Mauricio Macri é um Mercedes-Benz Vito, naturalmente blindado!
Ao nível das Casas Reais, o destaque vai para Isabel II de Inglaterra, que ao longo dos anos aposta em propostas das marcas Bentley (actualmente é um State Limousine), Jaguar e Rolls-Royce, entre outras very british, conjunto de veículos construídos de acordo com instruções específicas. O Imperador do Japão também usa a prata da casa, um Toyota Century Royal, mas já a família real tailandesa prefere um alemão Maybach 62 Limousine, enquanto na Noruega o Rei Harald II mostra-se num estranho Binz. No Reino de Marrocos é um clássico Mercedes-Benz 600 Pullman o preferido do Rei Hassan II, algo transformado face à versão original de 1963.
No campo da Rolls-Royce, os seus fantasmas da dão cartas em Espanha, com Filipe VI a ter ido para a sua coroação num Phantom IV descapotável de 1948, tal como o seu pai, Juan Carlos I, o havia feito. O Sultão do Burnei tem, entre as centenas de carros da sua frota, um Phantom VI de 1968 entre os seus preferidos e o seu congénere da Malásia desloca-se, regularmente, numa versão VII.
Imagens: ShimWorld (1), Bentley Motors (2), El País (3) e Wikipedia (4 e 5)


E o popularizado ‘SVC 1’
Muito se falou recentemente no Papa Francisco e nos seus "Papamóveis", dele e dos seus antecessores, mas não podia deixar de o referir neste texto. Tendo abdicado de usar um carro oficial, para evitar sinais de ostentação, o Sumo Pontífice divide-se entre os vários modelos, a que são atribuídas as matrículas 'SVC 1', acrónimo de “Stato della Città del Vaticano”, com o nº 1 a indicar a quem se destina, mais o respectivo brasão.
Imagens: Gencar (1), Força Aérea Portuguesa (2), Club UMM (3), Vaticano (4, 5, 7, 8 e 9), Fátima 2017 (6)

Nos eventos de Estado são usadas berlinas Mercedes-Benz ou mesmo um Lancia Thesis, modelo italiano que também tem servido a Presidência de Itália, mas os mais conhecidos são mesmo os Papamóveis, denominação que era pouco apreciada por João Paulo II, mas que se tornou tão popular. Um dos mais recentes exemplares – um Isuzu D-MAX – mostrou-se na peregrinação a Fátima (já havia desempenhado semelhante papel na sua visita à América do Sul), levando para cá e para lá o actual Chefe da Igreja Católica.
É apenas um de muitos exemplares transformados a preceito, sendo que em tempos até houve um papamóvel 100% português, um todo-o-terreno da extinta marca UMM (União Metalo Mecânica), que, segundo parece, deu muito que falar aquando da viagem de 1991 de João Paulo II ao Funchal.
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Presidenciais I: Macron vs Rebelo de Sousa

As cerimónias de tomada de posse de monarcas, presidentes, ditadores e outros governantes são sempre eventos repletos de pompa e circunstância, adequados ao estatuto d@ recém-eleit@, trazendo, na maioria dos casos, rodas associadas. Há automóveis emblemáticos, limousines fortemente armadas, faustosos coches clássicos e outros bem mais modernos.
Imagens: Museu dos Transportes e Comunicações e Presidência da República
Defendendo uma imagem mais nacionalista, é comum a escolha, por parte das Casas Reais ou Presidenciais, de modelos de produção caseira. É de França o mais recente exemplo da célebre frase publicitária “o que é Nacional é bom”, poucas semanas após o alívio (para a maioria) ou o desaire (para muitos outros), decorrente da eleição de Emmanuel Macron como o seu novo Presidente da República. À semelhança de muitas outras ocasiões, as escolhas do recém-eleito no domínio das rodas com que vão prestar juramento, recaem em marcas com o selo “Fabriqué en France”, nomeadamente a Citroën, Peugeot e Renault, grupo a que se juntou, num passado mais recente, a DS Automobiles, actual símbolo do requinte e savoir-faire gaulês.

Os mais conhecedores da temática decerto reconheceram o DS 7 Crossback, carro com que o novo inquilino do Palácio do Eliseu surgiu, no passado dia 14 de Maio, a acenar aos seus eleitores, modelo que ainda nem chegou ao mercado! É o mais recente e luxuoso SUV da marca francesa, aqui adaptado a preceito e dotado de elementos identificadores deste seu estatuto presidencial, à semelhança de outro – um DS 5 Hybrid, igualmente novidade à data – que, na investidura anterior de 2012, levou o então recém-eleito François Hollande até ao palco de todas as promessas.

É um historial que, em França, remonta a meados do Século XX, se bem que então a DS fosse um modelo do catálogo da Citroën, muito antes da recente autonomia da marca, abandonando o double chevron. Após René Coty (1954-59) e o seu Citroën 15/6 “Traction”, iniciou-se uma década de amor do General De Gaulle (1959-69) ao Citroën DS 19 de então, para depois o seu sucessor George Pompidou (1969-74) escolher um Citroën SM, carro que haveria também de transportar Jacques Chirac (1995-2007), se bem que este viesse a usar um CX e um C6 como “Veículos de Estado”.
Imagens: DS Automobiles


Pelo meio, Valéry Giscard d’Estaing (1974-81) dividiu-se entre um Peugeot 604 – outro carro do mesmo grupo industrial – e um Citroën DS 21. Já a Renault saltou duas vezes para a ribalta presidencial, primeiro com François Mitterrand (1981-95) e o modelo Safrane, e depois, no período 2007-12 com Nicolas Sarkozy e o peculiar Vel Satis, embora a sua investidura se tenha feito num… Peugeot 607 Paladine.
Já cá pelo nosso burgo...
Pois, foi também publicamente comentado, após a sua tomada de posse, que Marcelo Rebelo de Sousa abdicou do Mercedes-Benz SL500 Longo que Cavaco Silva lhe oferecera, tradição em que o Presidente cessante compra um novo carro ao seu sucessor, normalmente ficando com o seu. O nosso “Presidente dos Afectos” usa, desde então, outro modelo da mesma marca, mas de uma gama mais baixa.
Imagens: Museu dos Transportes e Comunicações (1 e 2), Museu da Presidência (3, 4 e 5)


Este ainda não é um dos exemplares de toda uma história que se conta no Museu da Alfândega, no Porto, na exposição O Motor da República – Os Carros dos Presidentes, espaço que reúne uma das mais importantes colecções de viaturas do país. São diversos os modelos que ostentam a esfera armilar lusa, da carruagem herdada da extinta Casa Real, a modelos mais recentes, passando pelos hipomóveis do início da nossa centenária República, pelos Mercedes-Benz 770 W07 blindados do Estado Novo, período de que se conservam ainda os Rolls-Royce Phantom III e V, Mercedes 600 Pullman e Vanden Plas Princess. Visite, ainda o arquivo do Museu da Presidência sobre este mesmo tema, entidade que, de vez em quando, autoriza a saída das viaturas para exposições temporárias pelo país.
É todo um outro modo de aprender a História de Portugal, numa vertente sobre rodas!
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Um doce Pão de Forma

Há coisas que, quando levadas à letra, por vezes não resultam tão bem quanto o esperado, mas fazer um “Pão de Forma”, epíteto atribuído a um icónico modelo da Volkswagen, a partir de uma mistura de água, açúcar, farinha e ovos, mais uns quantos ingredientes, é coisa que não lembraria a ninguém. Ou quase!

Não foi, decerto, o caso da Zoe, ela que em Leeds (Reino Unido), há vários anos se dedica à arte da pastelaria, tratando por “tu” os corantes, o fondant, as massas e afins, manuseando os mais diversos – e por vezes incomuns – utensílios, para recriar nas mesas os mais diversos personagens e objectos. E o tal do VW Pão de Forma não foi excepção, levando (quase) à letra tal denominação.

Se quiser seguir esta doceira britânica clique nestes links do Facebook e do Youtube e delicie-se com o nascimento das mais diversas propostas doces, eventualmente aprendendo a recriá-las.
Relacionado com o mundo das rodas encontrará versões doces do Faísca McQueen e Mate, personagens do filme “Cars” (Disney), bem como o Blaze dos “Monster Machines”, ou o Tractor Ted do êxito infantil com o mesmo nome. As receitas, ingredientes e quantidades estão nos detalhes de cada vídeo.

Quanto a mim, confesso que a minha costela foodporn me direcciona a propostas de faca e garfo, normalmente mais tradicionais, ainda que, por vezes, suba uns quantos degraus e aposte numa vertente mais gourmet! Mas como ainda não fiz nada com rodas, ficamo-nos por aqui.
Imagens: Zoe's Fancy Cakes
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.