quarta-feira, 31 de maio de 2017

Um usado muito especial

Ao longo das nossas vidas temos sempre qualquer coisa que queremos vender, de mobília a aparelhos eléctricos e electrónicos, livros, brinquedos e até roupa que já não serve ou passou de moda. Ah sim… e carros ou motos também, pois é sabido que nos stands estes são, na maioria das vezes, subvalorizados e saímos sempre de lá com a sensação de que nos enfiaram o barrete!

Nos dias que correm, normal é usar as redes sociais ou colocar as ditas peças numa plataforma de venda de veículos usados, na maioria das vezes acabando no OLX e Custo Justo, ou em plataformas dedicadas como o Stand Virtual ou Auto Sapo. Há ainda que haver inspiração para se criar aquele texto que faça com que quem está do outro lado fique encantado com a sua proposta. Se há quem faça a coisa a eito, limitando-se a uma pequena descrição, até aos que acrescentam aquela máxima já careca de gasta de que “teve apenas 1 dono, que até era uma velhinha que só o tirava da garagem aos Domingos”, outros até conseguem demonstrar tudo o que a viatura (não) faz e até onde (não) esteve!
Como o dono deste Suzuki Vitara de 1996 (um carro com 20 anos, portanto) que, só pelo vídeo de promoção para a sua venda, deveria receber vários Óscares da Academia, da realização ao argumento, até mesmo, claro está, aos efeitos especiais!

Viu um pequenino pormenor? Em pouco mais de mês e meio tem cerca de 5,4 milhões de visualizações! Isso mesmo, entre os potenciais interessados e os muitos curiosos, este vídeo de Eugene Romanovsky tornou-se num dos virais mais populares de sempre neste domínio! Até mesmo alguns importadores oficiais da marca japonesa, como a Suzuki Austrália ou a Suzuki Rússia, o têm aplaudido e partilhado nas suas redes sociais, numa ajudinha sempre importante!
Assim sendo, se estiver eventualmente a considerar que a sua relação com as suas rodas actuais está a chegar ao fim, inspire-se no exemplo acima e, quem sabe, não fechará um óptimo negócio!
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.


segunda-feira, 29 de maio de 2017

Sua Eminência, D. Karaoke

Há muito que o pessoal canta em todo o lado, mesmo que não o admita: em casa, no duche e, especialmente, no carro, nos trajectos diários, sintonizando as estações preferidas – cada vez mais encharcadas de repetitiva publicidade – ou ouvindo os hits preferidos, a partir dos mais diversos dispositivos.
Imagem: Ford

A plenos pulmões, demonstrando os dotes vocais, ou apenas trauteando as ditas, em especial se não nasceu para a coisa, não há quem não o faça, em especial a partir da altura em que o norte-americano James Corden popularizou o “Carpool Karaoke” no seu programa de TV, berrando a plenos pulmões na companhia dos seus ilustres convidados. Por cá é claro que se copiou o conceito, nos mais estapafúrdios programas de TV, em que se tenta ser engraçado mas caindo-se, várias vezes, em desgraça, e até ao nível individual, com muitos a partilharem, com indisfarçável orgulho, os seus dotes vocais nas redes sociais.
De acordo com os especialistas – ele há gente iluminada em todo o lado – as improvisadas sessões de karaoke ao volante encerram “uma série de benefícios para a saúde, sendo que a maioria se sente especialmente à vontade quando não há ninguém à volta, ao mesmo tempo que contam com o sistema de som do carro que fornece o necessário apoio”. Nada mais verdadeiro, por isso ‘bora aproveitar o que os novos modelos trazem consigo.
Se no tempo dos afonsinhos os nossos carros começaram por trazer um simples rádio, que dividia o som AM com a imensa estática – foi Paul Galvin quem, em 1930, colocou o primeiro rádio, um Motorola 5T71, num automóvel – depois surgiram os primeiros auto-rádios, como o Blaupunkt Autosuper, já em sistema FM e menos interferências. Aqueles evoluíram em conjunto com os extras, quando Earl "Madman" Muntz introduziu nos seus carros os cartuchos de fita (1962), volumosos antecessores das mais pequenas cassetes da Phillips (1963), empresa que lançaria depois (1982), a meias com a Sony, os primeiros CD, se bem que a coisa só se vulgarizasse e melhorasse em termos de qualidade na década de 90.
Dali até ao presente foi um fósforo, fruto do enorme salto tecnológico das últimas décadas, com a introdução de sistemas de áudio gradualmente mais sofisticados, hoje em dia associados ao chamado infotainment, envolvendo os sistemas de navegação e de informação hoje comuns a muitos modelos. Adicionalmente, levam-se para o carro as próprias preferências musicais nas mais diversas plataformas – pens, smartphones e iphones, ligados ou não via Bluetooth – ou a partir de plataformas como o Spotify, ou mesmo através da cada vez mais inevitável cloud, onde muitos escarrapacham ao mundo toda a sua vida! Recordo aquela máxima de que “o que vai para a net, nunca mais desaparece da net”.
“Cantando em voz alta e sem quaisquer inibições, significa que a libertação mental será maior à medida que colocamos mais energia”, disse o professor Stephen Clift, uma autoridade de referência sobre os benefícios do canto para a saúde, da Universidade Canterbury Christ Church, no Reino Unido. “Quando cantamos em voz alta, especialmente canções que conhecemos bem, sentimos um ‘factor de bem-estar’ decorrente da respiração mais profunda, mais lenta, e aumento da actividade muscular. Sentimo-nos menos stressados e mais relaxados.”
Imagens: Focal e Bose



Sala de espectáculos privada
Outro salto significativo é a chegada dos mais conceituados produtores de sistemas de áudio ao sector automóvel, alguns deles dos sistemas que, até há bem pouco tempo, só se viam dentro de casa ou em concertos.
Imagens: Bang & Olufson, Volvo, Aston Martin

Só para dar alguns exemplos, a Bose equipa grande parte da gama de modelos Mazda, como o roadster MX-5, aqui com a particularidade de os altifalantes estarem integrados nos encostos de cabeça dos bancos. Tem ainda acordos com outros construtores como a Fiat, a Nissan ou a Porsche. Líder francês em acústica profissional e hi-fi, a Focal é presença assídua a bordo dos mais recentes Peugeot, com destaque para os novos SUV 3008 e 5008, e na maioria da gama da também gaulesa Renault, no novo DS 7 Crossback e na edição especial ‘Black Edition’ do Nissan Juke.
O gigante do som Harman fechou recentemente um acordo mundial com a Ford, equipando muitos dos seus novos modelos com o evoluído B&O PLAY Sound System, enquanto as mais requintadas propostas da sua marca Bang & Olufson equipam modelos da Audi, Aston Martin, BMW e da AMG, a divisão de performance da Mercedes-Benz. Esta também usa sistemas Harman/Kardon, tal como modelos da BMW, Kia, Mini e Volvo, com os suecos a colocarem, como pedra de toque, os sistemas Bowers & Wilkins a bordo dos novos XC90 e S90.

Comuns a todos os sistemas acima, bem como muitos outros - Fender, Dynaudio e Meridian, só para dar mais (alguns) exemplos - são os altifalantes, em número variável, cuidadosamente posicionados no habitáculo, garantindo a todos os passageiros um envolvimento total com o ambiente sonoro, parte de uma tecnologia premium bem mais abrangente, com amplificadores de muitos watts, mais tweeters, woofers e subwoofers, que hoje nos permitem desfrutar, na perfeição da mais simplista balada a uma voz, ou o mais elaborado e completo concerto de música clássica, independentemente do volume de som escolhido, quase como se se estivéssemos num auditório ou sala de espectáculos.
Imagem: Trendy Wheels/SP


Por isso, se tem um carro novo aproveite tudo o que ele tem para lhe proporcionar e cante. Quem sabe se não tem dentro de si uma estrela potencial! 
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Cinema, música & 2 rodas

Eu sei que raramente escrevo sobre motos, eventualmente afastando alguns potenciais leitores mas não é de propósito. Com o (devido) pedido de desculpas aos eventuais ofendidos, é a eles que dedico por completo esta edição Trendy Wheels, linkando as duas rodas com motor a um evento cinematográfico que decorre entre os próximos dias 2 e 4 de Junho, em Lisboa.

Chama-se “Lisbon Motorcycle Film Fest” e inspira-se noutra conceituada iniciativa que, há 5 anos, tem lugar em Nova Iorque (EUA). Assumindo-se como um evento cultural de dimensão internacional, apontando aos amantes destes dois mundos, a idealização desta sua equivalente nacional deu-se em 2015, passando à realidade no ano passado, tornando-se no primeiro festival do género no continente europeu.
A apresentação oficial desta 2ª edição foi feita pela MOTO GUZZI, um dos patrocinadores do certame, nas suas instalações Officina Moto em Marvila (Lisboa), a 18 de Maio último, numa Warm-Up Party que foi exactamente isso, um pequeno aquecimento para o que está para vir daqui a uma semana. 
“Vão ser três dias a celebrar o cinema de motos produzido por esse mundo fora nos últimos anos,” referiu a Organização do LxMFF. “Diz a experiência dos mais velhos que o primeiro filho é que é difícil. Ou estamos com azar ou somos daqueles pais modernos, demasiado preocupados com a evolução da nossa cria, que nunca baixa a guarda, estando sempre de olho nele. A verdade é que este segundo filho, está a dar tanto ou mais trabalho que o primeiro. Entre pedidos de autorizações, trocas de e-mails, envio de filmes, convites e outras acções, os quatro - perdoe-se a imodéstia - ‘magníficos’ por trás deste evento não têm parado um pouco. E as razões para isso são as melhores: a ressaca do primeiro evento trouxe-nos, para além das coisas que as ressacas normalmente trazem, uma maior visibilidade no panorama cultural motociclístico, nacional e internacional, e uma mão cheia de contactos e novos amigos”. 

“Este ano o cartaz conta com 21 filmes entre curtas e longas, estreias, apresentações de livros, música ao vivo, debates e convidados. Há uma presença de filmes nacionais que nos enche de felicidade estando, até ao momento, confirmadas quatro curtas feitas em Portugal.” São elas “2 Wheels Vietnam”, “6 Hundred Red”, “Enjoy Racing” e “Escape”. São, depois, cabeça de cartaz os títulos “21 Days Under the Sky” (EUA, 2016), “Today is a Good Day” (França, 2016), “Somewhere Else Tomorrow” (Alemanha, 2013), “Dreamracer” (Austrália, 2012) ou ainda o clássico italiano de 1957 “I Fidanzati Della Morte”, que ali até poderá ser exibido numa versão restaurada, o que a acontecer fará com que Lisboa seja a primeira cidade a apresentá-la publicamente.
Imagens: Moto Guzzi, Lisbon Motorcycle Film Fest e IMDB

Do programa constam os tais encontros com especialistas na temática, entre realizadores, autores e actores dos filmes acima, bem como a transmissão em directo das corridas do Circuito de Mugello (Itália), palco nesse fim-de-semana de uma prova do Campeonato do Mundo de MotoGP. Um circo de que, acrescento, faz parte o português Miguel Oliveira, este ano a discutir o título na categoria 'Moto2', o segundo escalão do campeonato, como piloto oficial da marca KTM.
Em resumo, amigos, música, motos e cinema serão as palavras-chave de um ambiente que se prevê fantástico, encontro de amantes e muitos convidados especiais vindos de todo o mundo, a ter lugar no Cinema São Jorge (Av Liberdade, Lisboa) já no próximo fim-de-semana. Veja aqui o trailer de apresentação:


“Apesar do nervoso miudinho, já não há nada a fazer, a data e o local para o nascimento da segunda geração está marcada. Talvez seja um parto mais fácil, os pais estão mais experientes, a equipa envolvida no processo já sabe com o que pode contar, mas o respeito e a grandeza que o acontecimento merece, não nos deixa encarar este momento com leveza. Serão três dias de festa a devolver ao motociclismo a cultura e a dignidade que ele merece”.
Acrescente-se que dadas as condicionantes das capacidades das salas, a organização aconselha uma aquisição prévia de bilhetes para determinados eventos. Para mais informações visite a Página Oficial ou siga as actualizações ao evento no Facebook e boa festa em 2 rodas!
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
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quarta-feira, 24 de maio de 2017

Do sonho à realidade

Gosta de brincar com LEGO? É quase impossível não gostar das peças multicores da multinacional dinamarquesa mais conhecida do planeta. Então e como anda a sua veia criativa? Decerto que já alterou umas quantas estruturas originais, dando vida às suas próprias criações. Assim sendo, que tal fazer algo verdadeiramente novo e candidatar-se a que isso possa fazer parte de um futuro catálogo da marca?


É isto que se permite no portal LEGO Ideas, num processo que se divide em 4 passos: partilha da ideia, garantir apoios (10.000 no mínimo), avaliação pelos designers e pessoal do marketing da marca e, uma vez garantido o OK, a sua passagem à produção, dando ao seu autor a possibilidade de se babar de satisfação, ao ver a sua obra à venda nas lojas da especialidade e demais superfícies!
Foi essa marca dos 10.000 que Kevin Szeto, um engenheiro aeroespacial canadiano que, nas horas vagas, se dedica a outras criações, já conseguiu alcançar com o projecto “Vintage Tram 189”. Inspirado por uma viagem ao nosso país em 2015 e conquistado pelos eléctricos de Lisboa e Porto, criou o Eléctrico 22 (Carmo-Batalha), projecto agora em avaliação. Com 26,5 cm de comprimento esta recriação do eléctrico da STCP, incluindo as figuras de suporte, totaliza 664 peças.
“Entre as várias coisas fixes que encontrei quer em Lisboa, quer no Porto, destaco os eléctricos históricos. Quando regressei dediquei-me a aprender mais sobre a sua história,” refere Szeto no descritivo do seu projecto, acrescentando que “este modelo é a minha tentativa de replicar o eléctrico histórico do Porto, ao mesmo tempo que presto homenagem às cidades de todo o mundo que fizeram esforços na preservação desta história viva dos transportes em carris”.


A sua paixão pela temática é agora tal que, entretanto, desenvolveu dois outros conceitos – um eléctrico de Istambul (Turquia) e outro de S. Francisco (EUA) - que se encontram na fase de conquista de adeptos. Conheça-os aqui, entre outras criações mais ou menos imaginativas.

Outras recriações de eléctricos há no portal, como os dois exemplares de Miguel Rodrigues, do Porto, que procura alcançar os tais 10.000 votos. Se no caso do “Century Tram 189” essa votação já terminou, para o “Century Tram 373” ainda há cerca de três meses pela frente, pelo que se o quiser ajudar a ir mais longe neste sonho registe-se no portal e vote aqui.
Imagens: LEGO Ideas


LEGO com assinatura lusa
De créditos firmados no meio - decerto já ouviu falar dele, quanto mais não seja porque o rapaz andou a exibir os seus dotes vocais em alguns concursos de talentos, nacionais e internacionais - é o designer português, de seu nome Marcos Bessa, ele que, trabalhando na sede da empresa na Dinamarca, conta já com umas quantas importantes criações nos catálogos da LEGO.
Imagens: LEGO

Exemplos não faltam, como a Casa dos Simpsons ou o Castelo da Disney, passando pela Fábrica do Pai Natal, o Ghostbuster Ecto-1 ou a Aldeia Ewok da saga “Star Wars”, entre mutos outros sets, nomeadamente de super-heróis. O seu mais recentemente êxito é o Navio Fantasma ‘Silent Mary’ do filme “Os Piratas das Caraíbas”. Conheça-o abaixo, explicado na primeira pessoa.

Quem sabe se, depois disto tudo, o Trendy Wheels não @ inspira a tornar-se n@ próxim@ designer LEGO. É tudo uma questão de empenho, associado a alguma dose de sorte.
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
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segunda-feira, 22 de maio de 2017

Viagens muito zen

Aqui não há pressas, nem velocidades, não há o stress das grandes cidades ou sequer as horas a que se chega a determinado sítio. Não, nada disso! Aqui o tempo e tudo o mais se passa devagar, muito devagar, primeiro porque é uma viagem feita em Tuk Tuks – semelhantes aos dos enxames que invadiram as nossas urbes – depois porque se desenrolou num dos países mais pobres de África, a Etiópia.

Ao longo do sul daquele país circularam 3 Tuk Tuk, conduzidos alternadamente por 11 viajantes que, ao longo de 18 dias, percorreram mais de 2.500 km, tornando-se nos primeiros a alcançar o Rio Omo em 3 rodas. Trata-se da acção “Ethiopia on Tuk Tuk“ que se integra numa outra de maior abrangência, denominada de “World in Slow Motion” (ou “O Mundo em Câmara Lenta”), da responsabilidade da agência de comunicação italiana Studio Taurinorum.
“É algo que nos permite ter tempo para observar, participar no que estávamos a documentar, divertirmo-nos imenso, tentando não nos perdermos no meio de nenhures, descobrindo os grupos étnicos do vale de Omo, promovendo a segurança rodoviária e visitando projectos de caridade ao longo do caminho” refere fonte oficial da agência.

Como se nota, é o absoluto oposto do nosso quotidiano, em que nem temos tempo de olhar para o lado, ou então andamos mergulhados nos smartphones e tablets, num documentário que se baseou na espontaneidade e autenticidade dos participantes, todos com um papel na produção, dizendo o que pensavam, contando as suas experiências, sem quaisquer regras, num argumento construído passo a passo pelos viajantes ao longo do trajecto.

Peculiares travessias
Ludovico de Maistre, Paolo Rignon e Carlo Alberto Biscaretti são a alma do Taurinorum Team, grupo criado em 2009, quando decidiram fazer uma viagem pela África Ocidental ao volante de um velhinho - e aparentemente frágil - Fiat Panda 4x4 Sisley de 1987. Ao longo de 40 dias andaram pelos desertos, florestas e montanhas do Senegal, Mali, Burkina Faso, Benin, Nigéria e Camarões, numa aventura que está resumida neste vídeo.

Seguiram-se dois anos de busca de apoios para novas travessias, como a que em 2011 os levou aos Andes do Equador e Perù, festejando o centenário da descoberta de Machu Picchu. Dividiram, então, uma Ape Piaggio, tal como no ano seguinte, quando replicaram a aventura por terras do México, Guatemala e Belize. No final destas viagens ofereceram os veículos a organizações sem fins lucrativos locais (a CISV na Guatemala e a OTONGA no Equador). Saiba mais aqui.
Em 2013 regressaram a África associando-se à IVECO no âmbito da acção “Daily4Africa”, um roadshow de dois anos que cobriu mais de 25.000 km, atravessando 14 países, ao mesmo tempo que promoviam a campanha “Action for Road Safety” da FIA (Federação Internacional do Automóvel,) de segurança rodoviária. Veja aqui.

Seguiu-se, em 2015 a organização da primeira viagem do programa “O Mundo em Câmara Lenta”, com a viagem pela Etiópia a bordo dos três Ape Piaggio. Informações adicionais sobre esta aventura aqui e sobre o projecto no Facebook. Em alternativa pesquise pelos tags #ETHIOPIABYTUKTUK e #THEWORLDINSLOWMOTION.

Imagens: Taurinorum Team


Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
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sexta-feira, 19 de maio de 2017

Uma sex-symbol em Paris

Pois… até pode parecer um título de uma revista cor-de-rosa, das que andam a toda a hora atrás das pessoas, mesmo dos que já não estão entre nós, mas não é nada disso. É só um alerta, caso seja amante de arte e nomeadamente da fotografia, que, a partir do próximo dia 8 de Junho, Marilyn Monroe irá estar em Paris.

É ela a estrela maior de uma exposição denominada “La Dernière Séance”, numa mostra de 59 imagens deste ícone americano, na intimidade da sua última sessão de fotos, realizada apenas um mês antes da sua morte, captadas pelas lentes do célebre fotógrafo Bert Stern para a revista Vogue. A exposição terá lugar nas instalações do DS WORLD PARIS, bem no centro de Paris, edifício propriedade da marca francesa DS Automobiles e que é habitualmente residência dos mais variados eventos, marcadamente de cariz cultural, mergulhando o visitante num universo de glamour, da natureza e da emoção.
Marca automóvel francesa conhecida pelo requinte e pela essência dos seus produtos, a DS associa-se a esta mostra “Marilyn, La Dernière Séance”, que ilustra a relação particular que a actriz teve, desde sempre, com a fotografia e os fotógrafos e que, de certo modo, contribuiu para definir o mito que muitos conhecemos, um ícone cultural e sex-symbol por excelência, mulher muito à frente do seu tempo, tendo feito evoluir significativamente a imagem feminina.
Captadas há 55 anos, em 1962, o seu conjunto é o resultado de um convite de Bert Stern a que, contra todas as expectativas, Marilyn Monroe disse “sim”. Ao longo de dois dias e uma noite, a actriz rendeu-se, pela última vez, às objetivas de um fotógrafo, notável sessão fotográfica hoje conhecida como “La Dernière Séance”.
Imagens: DS Automobiles/©The Bert Stern Trust, Courtesy Staley-Wise Gallery New York

Acrescente-se que aquele espaço já foi palco das mais variadas actividades nomeadamente fotográficas, como as exposição “Les Parisiennes en DS» do artista Baudouin, ou “Yves Saint Laurent, dans l’intimité du créateur”, de Pierre e Alexandra Boulat,
Caso planeie uma ida à capital francesa e este tema possa fazer parte do seu roteiro, deixo algumas informações adicionais. A morada do DS WORLD PARIS, no nº 33 da rue François 1er, Paris 8e; o período da mostra, que vai de 8 de Junho a 6 de Janeiro; os horários, das 10h00 às 19h30 de 2ª a Sábado; e o modo mais fácil para lá chegar, via Métro, saindo nas estações Franklin Roosevelt (linhas 1 e 9), Alma Marceau (9) ou George V (1). Ah, sim, a entrada é livre. Boa viagem!
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
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quarta-feira, 17 de maio de 2017

Rasteirinhos da montanha

Independentemente do que se diga, o Homem nasceu para bater recordes e se uns são atingíveis com uma relativa facilidade, outros raiam a pura da loucura, como atestam os dois exemplos da presente edição Trendy Wheels, numa dupla façanha que elevou os seus autores a novos máximos mundiais. E que máximos!!!

Comecemos pelo austríaco Markus 'Max' Stöckl, cabecilha da MS-Racing Mondraker MTB Team, uma das mais importantes formações de duas rodas do mundo, que alimentado pela velocidade tem como objectivo, de há duas décadas a esta parte, bater os seus próprios recordes. Aos 42 anos, idade em que poderia já ter adquirido algum juízo adicional, atingiu, aos comandos de uma BTT a simpática velocidade máxima de... 167,6 km/h!

Se no seu recorde de 2011 já havia descido o cone vulcânico de Cerro Negro (Nicarágua) atingindo uma velocidade máxima de 164,95 km/h, no feito mais recente, nesse declive em terra solta numa encosta do Deserto do Atacama (Chile) bateu aquele seu máximo em 2,65 km/h!
Imagens: Red Bull


Mas se acha que é muito veja o quão depressa andou Eric Barone, também conhecido por "Barão Vermelho", quando a 18 de Março último desceu a pista de neve de Vars (França), numa BTT, a uma velocidadezinha de 227,72 km/h, algo que nem muitos automóveis desportivos conseguem atingir! Aqui também se aplica aquela máxima de que "a idade é como o Vinho do Porto", pois este atleta francês conta 56 anos e alcançou este feito sob condições consideradas muito adversas.

Também ele bateu outros máximos que já ostentavam o seu nome, como o alcançado em 2015, quando desceu a pista de Chabrieres, nos Alpes Franceses, a 223,3 km/h, década e meia depois de, em Arcs, ter deslizado a 222,22 km/h!
Imagens: Richard Bord/PinkBike e Alban Pernet


Caso tenha curiosidade ou, eventualmente, queira ver para também experimentar, consulte informações adicionais aqui e também aqui.
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
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segunda-feira, 15 de maio de 2017

Passerelle aérea

Moda e aviação são conceitos complementares, até se recorrendo a conceituados estilistas para a produção dos modelitos com que as hospedeiras, comissários de bordo, comandantes e restante tripulação nos recebem a bordo dos aviões. A TAP Portugal não é excepção e, ao longo dos tempos, tem vestido os seus colaboradores com peças adequadas a essas realidades temporais.

Para a produção do seu mais recente Video de Segurança, tema a que me referi no texto 72 anos nas nuvens, a transportadora nacional retirou dos seus expositores peças que, em tempos, o seu pessoal de bordo usou, vestindo-as agora num conjunto de actores – seus actuais empregados – que assumiram o protagonismo no referido filme.
Recuemos no tempo até ao período de 1946/53, altura em que a TAP apostou num uniforme de cariz tropical, em algodão e cor caqui, para combater o calor sentido pelos tripulantes da então “Linha Imperial”, que ligava Lisboa a Luanda e, depois, à então Lourenço Marques (atual Maputo), com várias escalas internacionais e night stops pelo meio. Numa viagem de 15 dias, de ida e volta, podiam acumular-se 25.000 quilómetros a bordo do Dakota. De autor desconhecido, é envergada no vídeo e na foto de abertura deste texto pela Assistente de Bordo que está no topo da escada de acesso ao Dakota e pelo Comissário de Bordo de chapéu. Este uniforme traduzia o espírito da vida colonial da época, numa clara referência às regiões africanas onde os aviões da companhia faziam escala.
Com outras fardas pelo meio, chega-se no vídeo ao período de 1964/69, naquele que seria o 6º uniforme feminino da TAP e o primeiro da autoria de Sérgio Sampaio, um estilista português. Andavam, então, pelo ar os primeiros aviões a jato Caravelle, abrindo-se novas linhas numa altura que o turismo registava um crescimento vertiginoso. Mais cor, num azul tipo petróleo, e um corte mais feminino, ostentava um original toque nacionalista conferido pelo chapéu redondo com dois pompons de lado, inspirado no típico chapéu da Nazaré. Na imagem abaixo é usado pela hospedeira que de braço no ar e sentada à máquina.

Novo salto no tempo até ao período 1970/79, ilustrado nas imagens pela Assistente vestida de amarelo e o Comissário de casaco bordeaux, criações do estilista francês Louis Féraud, que assinou um conjunto de vestidos muito curtos e coloridos (encarnado, amarelo e azul-marinho) e ultra modernos, sublinhando o espírito da época, de libertação de tabus e de inspiração Mary Quant, a criadora da minissaia. Integralmente confeccionados em Portugal, foram apresentados publicamente no Hotel Avenida Palace, em Lisboa.
De 1988 a 2005 é também Féraud que assina as vestes da nova TAP Air Portugal, criando um uniforme que pretende acompanhar a profunda reformulação da imagem da companhia. Há uma clara aposta nas cores da bandeira portuguesa (bandas verdes do blazer e um vermelho vivo), junto com acessórios e pormenores dourados, aqui para atenuar, de modo elegante, a sobriedade do azul-marinho, a cor dominante.
Já a farda atual apenas está representada nos 2 comandantes que fizeram as derradeiras cenas do filme, uma criação de 2006 que se mantém até à data. Manuel Alves e José Gonçalves são os estilistas nacionais que os assinam, adoptando novas cores, a nova imagem TAP e o logótipo usado em emblema.
Pelo meio os nossos representantes nos ares do planeta vestiram outras peças, muitas delas de design da própria tripulação, nomeadamente em termos de actualizações das fardas femininas, ao passo que as vestes masculinas tiveram um menor número de variantes.

Recordo que estes 8 actores de ocasião participaram neste filme de cariz assumidamente retro da TAP Portugal, filmado pela agência Lobby Productions a bordo de um Dakota DC-3, avião hoje exposto no Museu do Ar, em Sintra, numa espécie de documentário histórico que é exibido aos passageiros dos voos maiores da companhia.

Assistente de bordo olímpica
Com estatuto de símbolo nacional no atletismo e no desporto em geral, tem sido algo comum ver a atleta Rosa Mota a bordo de um avião, nas diferentes viagens que a sua apertada agenda tem contemplado ao longo da sua carreira, mas no passado dia 27 de Março houve uma pequenina diferença na farpela da campeã olímpica lusa, que trocou o habitual fato de treino pela farda da TAP Portugal.

Celebrou-se, então, o primeiro aniversário da Ponte Aérea da TAP e, em dois voos da nova TAP Express (substituta da PGA Portugalia Airlines) desse dia, foi a atleta quem deu as boas-vindas aos passageiros da nova ligação entre o Porto e Lisboa, dia em que também se atingiu a marca de 750.000 clientes transportados entre as duas cidades. “Vestir a farda da TAP é o que eu faço há muitos anos, mesmo sem farda, porque a TAP sempre fez parte da minha vida. Poder participar hoje no primeiro aniversário da Ponte Aérea foi um grande prazer. Estão todos de parabéns pois só se consegue ter este sucesso quando se tem uma grande equipa e a TAP tem”, referiu.
Montra privilegiada na divulgação do melhor de Portugal, esta Ponte Aérea recorre a produtos portugueses, embarcando-se por mês e nestes seus voos nada menos do que 39.000 pastéis de nata, 800 garrafas de vinho nacional e 34.000 gelados “Quinta dos Açores”! Fazem-se, em média, 16 voos diários, um a cada hora, do Porto para Lisboa das 05h30 às 21h30 e, em sentido inverso, das 07h00 às 23h15. Nas horas de ponta voa-se em Airbus A320 ou Embraer 190, mas a maioria das ligações fazem-se nos ATR 72.
Acrescente-se que no âmbito da divulgação regional e assumindo o papel de embaixadora de Portugal no mundo, a empresa anunciou, aquando da celebração do seu 72º aniversário, o baptismo integral da frota da TAP Express com o nome de todas as capitais de distrito e regiões autónomas de Portugal. Esta iniciativa inédita entre as demais companhias aéreas mundiais assume o tag #AbraçarPortugal.
Imagens: TAP Portugal e Lobby Productions

A título de informação, a TAP nasceu a 14 de Março de 1945, inaugurando, no ano seguinte, a sua primeira rota, entre Lisboa e Madrid. Voa hoje para 84 destinos na Europa, América e África. Apesar de todo o seu desequilibrado passado financeiro e das várias tentativas para lhe denegrir a imagem, mais a apertada concorrência que se renova continuamente, a TAP Portugal parece demonstrar estar de pedra e cal no sector. É um exemplo da alma lusitana!
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Em nome do bisavô

Shackleton é um nome indissociável da exploração da longínqua Antártida, sendo Sir Ernest Henry um dos maiores expoentes da exploração polar sul, segundo a máxima de que “a exploração está na nossa natureza, procurar alcançar o desconhecido, sendo que a única e verdadeira falha seria não o fazer de todo”. Liderou três expedições britânicas àquele continente – Discovery (1901-03), Nimrod (1907-09) e Transantartica Imperial (1914-17) – tendo como objectivo maior atravessá-lo de mar a mar, passando pelo Polo Sul, algo que, mercê de várias vicissitudes, associadas à dureza desse local único no nosso planeta, nunca conseguiu na totalidade.

E eis que, 100 anos depois, o seu bisneto Patrick Bergel associou-se à Hyundai e cumpriu essa mesma ligação, dedicando-lhe o feito. Foi em Dezembro do ano passado, em comemoração do centenário da heróica expedição do seu bisavô que, apesar do desaire, lhe valeu então o título de Sir (Cavaleiro do Reino), que esta operação se fez, recorrendo a um modelo Santa Fe, devidamente adaptado para conseguir atravessar 5.800 km sobre gelo em condições difíceis, sob temperaturas negativas de 28ºC e por caminhos nunca antes percorridos por um veículo com rodas.

“Cresci a aprender todo o legado Shackleton, mas nunca na minha vida pensei que iria, eu próprio, explorar a Antártida,” referiu Patrick Bergel, numa aventura “que me permitiu viver algumas experiências por que o meu bisavô passou, ir ao seu encontro, por assim dizer. Cem anos depois dessa tentativa falhada, eu, seu descendente, fui bem sucedido onde ele não o conseguiu, embora o quisesse muito fazer. Foi, por isso, uma experiência muito especial.”
Preparado por Gisli Jónsson, um dos mais experientes exploradores da Antártida, da Artic Trucks que assumiu, também, o papel de líder da expedição, o Hyundai Santa Fe conduzido pelo bisneto de Sir Ernest Henry Shackleton montava pneus gigantes de baixa pressão, para permitir que o carro andasse por cima da neve. Com cerca de um décimo da pressão normal de um pneu, “tão macio que era possível passar por cima da mão de alguém sem a magoar,” referiu.

Quanto à dureza local, acrescentou que "qualquer pessoa com bastante experiência na Antártida sabe o que esta faz às máquinas. Basicamente, tudo se desintegra. Até as maiores máquinas racham e partem. Esta foi a primeira vez que a travessia integral foi alguma vez tentada, muito menos com ida e volta. Muita gente pensou que nunca seríamos capazes, mas quando regressamos não queriam acreditar que tínhamos de facto conseguido!"
Caso tenha curiosidade sobre muito mais do que aconteceu nesta expedição, que se prolongou por um mês, depois de um ano de preparativos, clique aqui.
Imagens: Hyundai 

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
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