segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Natal 2017: Um mundo em paralelo

São cada vez mais as marcas de automóveis associadas a fabricantes de bicicletas, lançando para o mercado modelos de duas rodas com os símbolos normalmente vistos em propostas com quatro. Na maioria dos casos são meras colaborações, pois não podendo/querendo produzir esses conceitos de duas rodas em instalações próprias, deixam esse trabalho a cargo dos especialistas, esperando, com isso, tirar partido dessa associação, não só em imagem como principalmente em vendas.
Não é segredo - pode apenas não ser do conhecimento comum- que este mundo das bicicletas começou a ser desbravado por alguns construtores que hoje apenas conhecemos como de automóveis, destacando-se, por essa altura, dois nomes, que começaram a fazer bicicletas muito antes de se lançarem no negócio das quatro rodas: a Peugeot, pioneira do conceito em 1882, projecto que tem sabido manter até aos dias de hoje, através da sua divisão Cycles Peugeot, e a Opel, que arrancou para esta aventura das duas rodas em 1886, mas deixando cair o negócio em 1940.
Feito o introito, avancemos para as propostas de Prendas de Natal do Trendy Wheels, com umas versões mais acessíveis ao comum dos mortais e outras que… nem assim tanto!

Nem só de automóveis vive a Peugeot
Collection, Legend, Allure, RS e Peugeot Pro, mais as recentes propostas de mobilidade urbana – a trotinete e-Kick e a e-Bike eF01, dois exemplares eléctricos que vos mostrei em Maio (relembrar aqui) – são as actuais referências de um extenso catálogo da Cycles Peugeot, conjunto que em nada envergonha a oferta da marca de Sochaux no sector automóvel.
Imagens: Cycles Peugeot

O leque de preços é, por isso, muito abrangente, contemplando bicicletas convencionais de estrada e/ou de montanha para crianças (dos € 109 aos € 259) ou homem e senhora (de € 299 a € 2899). Já os valores para as bicicletas com assistência eléctrica iniciam-se nos € 599, prolongando-se até aos mais ou menos alcançáveis € 4.599. Todos os exemplares podem ser vistos aqui.

Da besta a outras bastante menos
Segue-se uma novidade recente, a ROTWILD R.S2 Limited-Edition “Beast of the Green Hell”, bicicleta de competição inspirada no Mercedes-AMG GT R e concebida para as comemorações do aniversário da AMG Mercedes-Benz.

Imagens: AMG Mercedes-Benz/ROTWILD
Para a comprar há que dispender um valor muito específico: € 7.109! O não arredondamento é propositado, pois pretendeu-se reflectir os 7 minutos e 10,9 segundos que este superdesportivo precisou para completar os 22,8 km do lendário circuito alemão de Nürburgring-Nordschleife, pista também conhecida como “Green Hell”, fazendo-o a uma velocidade média de 190,48 km/h. Ah sim, é uma edição limitada a 50 exemplares, pelo que despache-se se a sua carteira o puder contemplar! Informações e encomendas aqui.
Dos vizinhos da BMW há propostas para todas as idades, da BMW Kid’s Bike a partir dos € 275 à colecção “Cruise”, que começa nos € 450 da variante BMW Junior Bike aos € 1.200 da BMW M Cruise Bike, à imagem da variante “M”, de cunho mais desportivo, numa ponte feita aos automóveis mais vitaminados da marca alemã. Mais informações aqui.
Imagens: BMW

Imagens: Porsche

Igualmente alemã é a Porsche, que tem 3 exemplares no seu catálogo mais recente, podendo ser encomendados a partir do portal espanhol, pois o importador nacional não os contempla. A mais simples Porsche Bike custa € 2.695, a intermédia Porsche Bike RX quase o dobro (€ 4.982) e a de topo Porsche Bike RS uns bem mais impressionantes € 6.609, fruto dos materiais, como o quadro em carbono, o selector de 22 velocidades e os detalhes em Laranja Lava, o tom do superdesportivo 911 GT3 RS, modelo que por cá custa uns não menos assustadores € 205.024. Mais detalhes aqui.

Italianas estratosféricas
Em Itália uma das mais recentes referências é a Bianchi SF01 for Scuderia Ferrari, nascida da colaboração entre a especialista Bianchi e a Ferrari, via a sua área de competição. Tem quadro em carbono, a exclusiva tecnologia Countervail Vibration Cancelling, que elimina cerca de 80% das irregularidades do piso, selim Ferrari, carretos Campagnolo, jantes Fulcrum e pneus específicos Pirelli PZero Velo!
Imagens: Bianchi/Ferrari

Uma vez chegada ao mercado – diz-se que a preços na ordem dos € 15.000 – estará disponível em duas variantes: Super Record EPS 11V, no vermelho Rosso Corse com detalhes em preto, e Dura Ace 11 SP, na cor Nero Setoso, aqui com uma inversão de cores. Na calha está também uma variante para triatlo – a Triathlon Concept – até agora apenas mostrada numa estrutura em acrílico. Mais detalhes aqui.
Já a PG Bugatti Bike surge, como o nome indica, da junção de esforços da também italiana Bugatti com os especialistas alemães da PG, contando ainda com um forte contributo da Merelli. Claro que carbono (95%) e tecnologia são parte do léxico desta peso-pluma de apenas 5 quilinhos, que reclama para si o título de “a mais leve bicicleta citadina do mundo”. 
Serão fabricadas apenas 667 unidades e quem tiver um Bugatti Chiron – menino que custa cerca de 2,6 milhões de euros (parece que há um na garagem do Cristiano Ronaldo…) – pode personalizá-la à imagem do seu bólide. Mais informações aqui mas não há preço público.

Imagens: Bugatti/PG

Um bocadinho de história 
Foi em meados do Século XIX que se começaram a ver nas ruas, a par com carruagens ainda puxadas por cavalos, bicicletas no formato que hoje conhecemos – quadro com duas rodas de idêntico diâmetro, pedais e corrente – tornando-se na tecnologia de ponta de muitas deslocações. Para além de permitir cobrir distâncias antes só feitas a cavalo, era um veículo de fácil manutenção, pois não era necessário alimentá-lo. Bastava algum óleo na corrente, algum cuidado com as restantes partes mecânicas e quadro, ar nas rodas et voilá!
Imagens: Peugeot

Pioneira nessa aventura, a Cycles Peugeot iniciou uma história de já mais de 135 anos, presentemente acompanhada pela parceira Cycleurope, a quem a marca francesa cedeu os direitos de produção, mantendo a aposta na inovação e na imagem.
Desde que criou o negócio das duas rodas, em 1882, Jean Pequignot Peugeot nunca viu o seu sonho e depois projecto interrompido, isto apesar da chegada do automóvel, à passagem de duas Guerras Mundiais e da quebra de interesse no conceito vivido na década de 50 do século passado. Até soma sucessos nas grandes provas internacionais, incluindo 10 vitórias no seu amado “Tour de France” – a primeira em 1905 e a 10ª em 1977 – um recorde que ainda hoje perdura!

Então… e a Opel? Bem, parece que a aposta de terminar com o negócio das duas rodas se traduziu num autêntico tiro nos pés, após um período em que a marca alemã até detinha o estatuto de maior fabricante de bicicletas do mundo, contando ainda com um invejável curriculum nas grandes provas de ciclismo internacional! Porquê? A explicar numa próxima edição.
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

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