segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Motores no corpo humano

Primeiro foram os reality shows, com o “Big Brother” à cabeça, a colocarem grupos de desconhecidos numa casa, seguindo-se as variantes com os mais in & out da nossa praça, com doses variáveis de hot & spicy. Daí saltou-se para os concursos, da culinária à moda ou dança, sobreviventes em ilhas paradisíacas ou ex-casais, com mais ou menos trapinhos e com algum (muito) álcool à mistura, entre outras temáticas. A génese é semelhante, obrigando-se um grupo a viver 24 horas num espaço único e longe dos seus, expondo as suas capacidades – ou falta delas – aos mais variados níveis, com todo o stress inerente a essas (ir)realidades.
Imagem: Tiago Neves/CarZoom
Um dos conceitos ainda não importado para o nosso burgo – será uma questão de tempo… – é o das tatuagens, vertente com crescente número de adeptos, sendo o norte-americano "Ink Master" a sensação do momento. Vai já na sua 9ª temporada, mas foi a 8ª que acabou de ser exibida na nossa TV, nos canais alternativos da SIC, opondo duas equipas comandadas pelos pros do tema Chris Nuñez e Oliver Peck, com Dave Navarro no papel de moderador da luta, cabendo-lhe o claim no final de cada desafio de múltiplas horas: "Time's up! Machines down! No more ink!"
São centenas os desenhos e tattoos que têm sido feitos ao longo da série, nos diferentes estilos e tendências, por um conjunto de concorrentes carregadinhos de tinta, com graus de personalidade variável e distribuindo recorrentes arvalhadas, liminarmente disfarçadas com os respectivos “piiiiiiiiiiiiiiis”, como se não houvesse amanhã.
Imagens: Spike/Ink Master (1 a 3) e Inked (4)
Claro que já houve vários exemplares dos mundos dos motores e das rodas, destacando-se a criação que deu a vitória a Ryan Ashley nessa temporada 8, reproduzida ao longo de 24 horas, divididas por quatro sessões, no peito de um petrolhead voluntário que ganhou, assim, uma enorme e fantástica tattoo de borla! Com um trabalho que não era, de todo, a sua praia – um desenho da categoria “New School / Anos 90", com hotrods e montes de cor e de cromados – a jovem norte-americana deitou por terra as esperanças do porto-riquenho Gian Karle, seu rival na Grande Final da temporada “Peck vs Nuñez”, numa árdua tarefa que lhe havia sido exigida por Kelly Doty, a terceira finalista desta edição. 

Árdua mas não impossível, como o comprova a imagem mais à esquerda (foto acima). Primeira mulher a ostentar o título de “Ink Master”, Ryan levou para casa um prémio de 100.000 dólares e um automóvel Dodge Charger, teve direito a uma crónica (e correspondente capa) numa edição – foi a de Abril último – da conceituada revista Inked (foto acima, imagem mais à direita) e uma colaboração numa das tattoo-shops de um dos dois jurados do programa! Conheça-a e a parte do seu trabalho neste vídeo.
Imagens: Spike/Ink Master

Tatuar um automóvel com… 1.000 marcadores!
Entre os conteúdos auto usados ao longo das temporadas do “Ink Master”, os protagonistas e candidatos ao título supremo não se limitam a usar as suas tintas e maquinas de tatuar, longe disso! Electricidade, fita de fechar caixotes, tijolos e blocos de gelo, tudo serve para avaliar a sua alma criativa e demais capacidades, contribuindo, ou não, para a sua escalada rumo ao título.
Imagem: Spike/Ink Master
Até mesmo… marcadores de tinta permanente! Isso mesmo, foi num episódio em que os então sobreviventes do “Team Peck” e do “Team Nuñez”, ainda em jogo, tiveram de tatuar… um automóvel! Foram-lhes dadas 6 horas, liberdade de expressão – associada ao modelo em questão – e nada menos do que 1000 marcadores para a decoração de dois Dodge Charger. O resultado foi este:

Petrolheads lusos
Por cá a criatividade em torno das máquinas, motores, rodas e velocidade também é uma realidade, sendo muitos - entre amigos e (des)conhecidos - os que ostentam no corpo algo que, de algum modo lhes alimenta o ego, numa temática quase infindável.
Imagem: Tiago Neves/CarZoom (1, 2 e 9) Tattoos.pt (3 a 8, 10 e 11) 


Depois, dependendo da parte do corpo a que se destinam e do número de sessões necessárias, fruto da dimensão, detalhe, cor (do preto/cinza ao branco ou a tons mais ou menos saturados) e o variável profissionalismo dos mestres desta arte do corpo, há um equivalente custo associado, indo de uns quantos euros até alguns milhares. Como em tudo na vida!
Imagem: Spike/Ink Master


Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

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