sexta-feira, 21 de abril de 2017

Vou apanhar um Sedric

Quais táxis, quais Ubers, qual quê! O título deste texto poderá ouvir-se num futuro já não muito longínquo, isto se as pretensões do Grupo Volkswagen chegarem a bom porto e também em função da implementação de regras que permitam, numa primeira fase, uma real coexistência entre os automóveis tal qual os conhecemos e conduzimos, com as propostas de condução autónoma de Nível 5 (“mind off”) que brotam que nem cogumelos das equipas de engenharia da grande maioria das marcas automóveis.

É inevitável! Os automóveis, tal qual os conhecemos irão desaparecer um dia destes e a condução para muit@s, nomeadamente para quem não goste de o fazer ou, por uma qualquer razão, necessite de boleia, vai ser coisa do passado. “Vou apanhar um Sedric” é algo que – na vertente de transporte individual de passageiros – a nossa descendência poderá vir a dizer quando puxar dos entretanto também já hiperdesenvolvidos telefones inteligentes, levando-os a um determinado destino, encontro, saída para compras, etc.
A mobilidade individual está na ordem do dia e este sorridente Sedric – acrónimo para “Self-Driving Car” – será a resposta daquele grupo alemão, numa proposta que estará à distância de um clique. O futurista (ou talvez não) vídeo da VW é demonstrativo de como os transportes, públicos e individuais, poderão vir a ser, operando em urbes reorganizadas num processo lógico e ecológico, junto com um elevado nível de segurança, fruto da integração das mais avançadas tecnologias de controlo de tráfego, sinalização e da comunicação entre os próprios veículos e infraestruturas circundantes.

O mundo que, em pequenos, víamos nas séries de televisão e no cinema, em que se dispensava a intervenção do ser humano, está cada vez mais próximo. Será o Nível 5 do processo denominado de condução autónoma e o Sedric integra-se nele.


Dispensar o Homem em 5 passos
Sucintamente, são 5 os níveis inerentes à da condução autónoma – “hands on”, “hands off”, “eyes off”, “mind off” e “driverless” – nos quais e gradualmente, o ser humano vai tendo cada vez menos intervenção directa.

A maioria dos carros actualmente em circulação estão no nível 0, viaturas em que o condutor controla tudo, do volante aos travões e acelerador, mesmo que já conte com alguns alertas sonoros ou visuais. Mas, fruto do muito que a indústria automóvel evoluiu, também já circulam viaturas dos níveis 1 e 2. Vejamos:
1 – Hands on: O condutor conduz e opera os diversos equipamentos, mas já conta com sistemas automatizados, como a velocidade de cruzeiro adaptativo, a assistência ao estacionamento, a direcção automatizada e a manutenção da viatura na faixa de rodagem, entre outros, devendo estar pronto a intervir e assumir o controlo do seu carro a qualquer altura, contrariando as acções dos mesmos.
2 – Hands off: Como o nome indica, o condutor já pode tirar as mãos do volante em determinadas operações que actuam sobre o acelerador, travões e direcção, mas tem de se manter alerta e detectar os objectos e as situações, respondendo em conformidade – leia-se assumir o controlo – se o sistema automatizado falhar na resposta adequada.
3 – Eyes off: Em determinados ambientes (ex.: autoestradas), o condutor poderá preocupar-se com outras actividades, como ler, falar ao telemóvel, ver a paisagem, etc. Em casos pontuais, também pode precisar de intervir, pelo que tem de estar minimamente atento.
4 – Mind off: Aqui requer-se ainda menos atenção do condutor, pelo que os veículos já poderão, por eles mesmos, decidir a operação a efectuar caso o condutor não intervenha.
5 – Driverless: Aqui cairá o Sedric e outros como ele, um mundo que parte das actuais gerações já não deverá testemunhar. Neste nível o veículo faz tudo e decide (quase) tudo, enquanto o ser humano vive a sua vida, apenas tendo que dar/programar um número mínimo de instruções para rumar ao seu destino. A condução, no sentido real do termo, será então – estima-se que lá para as décadas de 30/40 deste Século o processo já esteja bem maduro – uma coisa do passado!
Imagens: VW Group

Concordo com as teorias da evolução, da espécie e da tecnologia, mas neste caso acho que não vou gostar nada mesmo que me tirem o volante das mãos…
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

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