sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Lusos satisfeitos ao volante

Conduzir é, para muitos, uma actividade diária, seja nos trajectos para o trabalho, para as escolas ou nas voltinhas das compras, vendo-se os utilizadores das estradas, por vezes, dentro de situações caóticas, derivadas da multitude de eventos que acontecem nas estradas. Mas se pensa muitas vezes que a coisa por cá é má é porque nunca conduziu noutros pontos do planeta. E nem é preciso ir muito longe, pois aqui na Europa há piores exemplos do que a realidade lusa!


Trata-se de uma conclusão do mais recente estudo de satisfação publicado pela Waze, entidade que lançou aquela aplicação a que me referi há algumas edições – pode (re)ler esse texto aqui - tão útil para que nos ajudemos mutuamente no meio do trânsito. Recorrendo às informações prestadas pelos seus utilizadores, este “Driver Satisfaction Index 2016”, apresenta Portugal como o 15º melhor país do mundo para se conduzir, integrado numa lista liderada pela Holanda, que faz o bis graças à enorme simpatia e empatia entre os condutores locais, que favorecem condições de trânsito, prova de uma população educada, e também pela sólida qualidade das ruas e das infraestruturas de apoio.

É uma conclusão um tanto ou quanto limitativa, pois a análise da realidade lusa apenas abrange a cidade de Lisboa, a única que, por cá, já conta com mais de 20.000 utilizadores da app, condição obrigatória para a análise, enquanto as médias de outros países resultam do conjunto de várias metrópoles com pelo menos esse número de wazers. Ainda assim, uma boa estreia já que o nosso país não fez parte do estudo anterior.


Foram tidos em conta seis atributos chave, quantitativos e qualitativos, atribuindo-se pontuações de 10 (excelente) a 1 (muito mau): “Trânsito” (densidade e severidade), “Qualidade” (das vias e infraestrutura), “Segurança nas Vias” (densidade de acidentes, obstáculos e condições climatéricas), “Serviços ao Condutor” (acesso a estações de serviço e estacionamento simples), “Socioeconómico” (acesso a carros e impacto do preço dos combustíveis) e ainda o factor “Wazeyness”, de satisfação e ajuda da comunidade Waze, sendo este medido pelos agradecimentos aos alertas de outros condutores e pelos estados de alma selecionados pelos utilizadores desta aplicação.


Feitas as contas, Portugal alcança uma média de 5,88 pontos, sendo o seu pior atributo “Serviços ao Condutor”, com uns meros 1,97 pontos em 10 possíveis, e o melhor “Qualidade”, com um óptimo 9,85. Ficámos entre a Austrália (5,99 de média) e o Canadá (5,77), batendo o Reino Unido (5,73). Lá à frente, a Holanda obteve 7,54 pontos, com uma vantagem de apenas 1 décima sobre a França e 0,32 pontos sobre os EUA. Do lado oposto, o top-3 final é composto pela Guatemala (3,36), Filipinas (3,13) e El Salvador (2,85), não sendo claramente referências a este nível.

Já no domínio das zonas metropolitanas, o resultado não nos é tão sorridente, pois Lisboa aparece num modesto 95º lugar, praticamente a meio de uma lista de 186 cidades de todo o mundo. Aqui regista-se uma clara liderança da França, que coloca nada menos do que 9 cidades no top-10, garantindo os três primeiros lugares com Valence (8,81 pontos), Tours (8,43) e Le Mans (8,39). No extremo oposto, Cebu (Filipinas) com uns míseros 1,15 pontos é, de acordo com os utilizadores da app, a pior cidade do mundo para se conduzir, seguida de Bogor (Indonésia) com 2,15 e San Salvador (El Salvador) com 2,85.
 
Imagens e Gráficos: Waze
Mas pior do que a capital alfacinha, que ainda assim obteve 5,88 pontos de média, estão outras metrópoles de referência, como Sidney (Austrália), Barcelona (Espanha), Vancouver e Toronto (Canadá), Marselha e Lyon (França), Moscovo (Rússia), Bruxelas (Bélgica) e, Londres, que com 5,13 pontos é a pior das capitais europeias, num longínquo... 126º lugar!

A título de curiosidade, Honolulu (EUA), localidade que na série de TV “Five-O” (ou “Hawai: Força Especial” cá pelo burgo) parece tão organizada, surge apenas no 152º lugar! Talvez seja porque hajam alguns Steve McGarrett reais por lá… não sei! Sei sim que a ficção está bem longe da realidade neste domínio!

Independentemente deste estudo e numa altura em que irá, decerto, para a estrada, a caminho de um qualquer lugar para festejar a chegada do Novo Ano e despedir-se do que aconteceu em 2016, seja responsável, por si e pelos seus, pois quero-@ desse lado em 2017! Votos de Boas Entradas... em Segurança!

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro

Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

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