terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Um Brinquedo Como Eu

Hoje volto à temática dos brinquedos mas numa vertente um pouco mais séria, embora certo de que colocará um sorriso em muitas carinhas larocas! Refiro-me ao projecto comunitário britânico #ToyLikeMe com que se pretende, entre outros, chamar a atenção de tod@s para a questão da discriminação dos brinquedos para com as crianças com deficiências e limitações aos mais variados níveis!


Serão, decerto, poucos os que já viram um brinquedo que retrate, de modo real, uma deficiência, de limitações visuais ou de locomoção, a doenças diversas, mesmo as mais específicas de uma determinada vertente da medicina. Claro que já muitos de nós brincámos aos médicos, com estetoscópios, seringas e afins, com jogos onde há que saber de onde é determinado osso ou órgão do corpo, mas… e com um boneco da Lego ou Playmobil em cadeira de rodas?

Integrada num processo de crowdfunding com vista a uma maior inclusão social, a #ToyLikeMe pretende angariar a fundos para levar a bom porto o seu objectivo de tornar a caixa dos brinquedos num lugar muito melhor para mais de 150 milhões de crianças com deficiência.

Tudo começou em Abril do ano passado, na sequência de uma reportagem da jornalista britânica Rebecca Atkinson, sobre o tema da falta de representação de deficiências em brinquedos. Juntando-se a mais umas quantas mães, criaram depois a #ToyLikeMe e começaram a estabelecer contactos com muitos dos principais produtores de brinquedos como, por exemplo, os portentos Playmobil e Lego.

Imagens: Playmobil


Os resultados estão à vista, com bonecos em cadeiras de rodas, cegos com bengalas e cães-guia, etc.! A Playmobil foi quem primeiro respondeu “Sim!”, passando a contar na colecção “City Life” com vários exemplares “doentes” (refs. 3928, 4407, 6663, entre outras). 

Bem mais recente é a estreia da Lego nesta vertente, na colecção “Lego City”, na caixa “Fun at the Park” (ref. 60134), apresentada em estreia mundial na feira de brinquedos “Spielwarenmesse 2016”, em Nuremberga (Alemanha), devendo chegar às lojas este verão. O detalhe, qual “fuga de informação”, foi tornado publico pelo blog alemão PromoBricks, especialista em Lego & afins.

Imagens: Lego e PromoBricks
Um processo que se estreou com a Makies, produtora britânica de bonecas personalizáveis em impressão 3D, convidada a produzir exemplares com elementos tão específicos como aparelhos de audição, bengalas, etc. A resposta positiva foi imediata, tal como o seu sucesso, com o lançamento de uma gama específica – a Hetty, a Eva e a Melissa – em que uma delas até retrata problemas vasculares espelhados na pigmentação de pele.

As sugestões de brinquedos com estas características tão específicas não param, como demonstram as imagens seguintes. Para além as Makies, há exemplares de criação caseira, de comuns mortais que, ou porque vivem com essa difícil realidade, ou porque simplesmente querem contribuir para a causa. Diferentes ideias que têm sido sugeridas à #ToyLikeMe, recorrendo ao seu Facebook, como a deste leão, que à semelhança do seu dono, faz sessões de quimioterapia, ou outros que retratam problemas de surdez, recorrendo a aparelhos, paralisia infantil, problemas com membros, etc.


Pense nisto um pouco e, se assim entender, junte-se a esta causa! 

Imagens: #ToyLikeMe (Facebook)

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro

Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes.
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

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