segunda-feira, 18 de julho de 2016

“Renaissance”

“A empresa Vaillant é desmantelada por Slate, que substituiu a herança da marca Vaillante pelas suas próprias criações. A Vaillante não existe mais. Jean-Pierre Vaillant atirou-se de um precipício, lutando entre vida e morte no centro cirúrgico de Les Invalides. Devastado, Michel Vaillant foi incapaz de salvar o seu irmão, abandonou tudo e conduz camiões nos trilhos de Kivu, onde enfrenta vários perigos para salvar um outro camionista ferido, um desafio lamentável para um piloto que foi incapaz de salvar o seu irmão...

Mas em La Jonquière luta-se contra o destino, com Françoise Latour a decidir que a Vaillante deve recomeçar do zero. Com a ajuda do Tio Benjamin, ela compra dois monolugares eléctricos e é numa simples garagem local que Patrick e a sua banda ‘Now Future’ preparam os dois Fórmula E para o primeiro ePrix de Paris.

Aceitará Michel regressar ao volante? A corrida disputa-se em redor dos Invalides, em volta de Jean-Pierre, ele também em luta... Estará Michel à altura deste desafio simbólico? Depois de um álbum que o deixou no limite, esta nova aventura do lendário piloto trá-lo de volta às grelhas de partida. Afinal, o ADN dos Vaillant não é ele, a família e as corridas?”

É este o argumento de “Renaissance”, o 5º e mais recente álbum de quadradinhos da “Nova Temporada” da saga Michel Vaillant, um dos maiores heróis de sempre da temática, em papel, das corridas de automóveis, publicações que se juntam aos 70 livros da “Primeira Série”, editada entre 1959 e 2011. Quem é que em pequeno, gostando de carros e de corridas, não conhece o mítico piloto francês que conduz as mais diversas montadas concebidas pela família Vaillant?

Carros, motos, barcos, camiões… a marca Vaillante (é mesmo assim, com um "e" adicional ao nome da família) é indissociável de tudo o que é desporto motorizado! Nos ralis o herói francês participou em muitos, como os míticos Monte Carlo e Safari, mas também pelo nosso, retratados nos álbuns “Rali em Portugal” (o 19º da 1ª série, publicado em 1971) e em “O Homem de Lisboa” (45º livro, de 1984), enquanto nas pistas de Fórmula 1 conduziu no Mónaco, Indianápolis (EUA), Zandvoort (Holanda), Monte Fuji (Japão), nos mais míticos dos circuitos mundiais como Le Mans (França), Spa (Bélgica), Nurburgring (Alemanha) e Macau (à altura ainda sob cores lusas), ou ainda em provas de resistência como o destrutivo Paris/Dakar, num álbum com o mesmo nome.

Coube ao belga Jean Graton criar o então jovem Michel Vaillant, primeiro em tiras de quadradinhos das revistas “Tintin” de 1957, para dois anos depois lhe dedicar um primeiro álbum, sob o título de “O Grande Desafio”. Dando um cunho verdadeiramente realista às suas histórias, aliando as corridas aos laços familiares, às intrigas, ao suspense e à inveja, presentes em toda a série de agora 80 álbuns. Neles vivem personagens principais, entre os elementos da família Vaillant, amigos e pilotos, aos muitos adversários, entre eles os perigosos elementos do Team Leader. Integrou-os em histórias fictícias, mas com fortes ligações ao mundo em que vivemos, nomeadamente ao nível do desporto automóvel, desenvolvendo-as em cenários e factos reais, nelas misturando nomes sonantes do mundo automóvel, numa mais que justa homenagem.

Pois é, tal como acontece com os heróis dos quadradinhos, da TV e do cinema, apesar dos anos passarem – completam-se este ano 59 sobre a estreia de Michel Vaillant nas tais tiras francesas – o prodígio do volante não os sente na pele, pelo menos na totalidade, se bem que agora destroçado com o iminente fim da Vaillante, a marca da família e do seu coração, mas principalmente com o delicado processo de saúde que atravessa ao irmão Jean-Pierre.

Imagens: Michel Vaillant e LeYa (oficiais)
Este recente regresso da saga Michel Vaillant está a cargo de um póquer composto por Phillipe Graton (filho do autor original) como argumentista, a meias com Denis Lapiére, enquanto os desenhos – que se mantêm o mais fieis possível com o traço original – estão a cargo de Benjamin Benéteau (personagens) e Marc Bourgne (decoração das viaturas). São deles os álbuns desta nova geração, sob os títulos de “Em Nome do Filho”, “Voltagem”, “Ligação Perigosa” (todos lançados por cá em 2014) e “O Colapso” (em 2015). Segue-se agora o título “Renaissance” que as Edições ASA - via a sua subsidiária LeYa - se preparam para lançar no nosso país. Será em Setembro e o preço de capa deverá rondar os 15,50 euros.

Lançamento mundial de “Renaissance” foi a 17 de Junho
“Então e se eu quiser já um exemplar?” – pode perguntar-se! Bom, se assim for, pode encomendá-lo pela net ou então dar um saltinho até França, ao DS World Paris, no nº 33 da rue François 1er, em pleno coração do denominado Triângulo de Ouro parisiense! É ali que está patente a exposição inédita sob o título de DS & Vaillante, Duas Marcas Francesas, onde se revelam os laços que unem estas duas marcas há cerca de 60 anos. Pode ali adquirir a versão em francês do livro.

Imagens: DS / DS World Paris (oficiais)
Uma visita que poderá fazer até ao dia 3 de Setembro próximo, a um espaço único que dar-lhe-á uma ideia sobre a rica história deste personagem e dos seus pais, bem como sobre a criação deste novo 75º álbum de aventuras, das Éditions Dupuis. Entre muitos elementos ali expostos, da vida e obra de pai e filho Graton e de Michel Vaillant, poderá também ver um DS histórico, modelo que faz eco da estreia do piloto francês em competição, e o DSV-01, o monolugar 100% eléctrico que a equipa DS Virgin Racing inscreve no Campeonato FIA de Fórmula E. Trata-se de uma série de corridas reservada, em exclusivo, a modelos – parecem monolugares de Fórmula 1 futuristas, equipados com motores eléctricos – uma viatura com que o nosso herói dos quadradinhos estará em competição durante o ePrix de Paris de 2016, evento relatado neste novo livro.


Para Philippe Graton, herdeiro e actual ilustrador da saga, “esta exposição entre a marca real e a marca fictícia é inédita, tendo laços impressionantes. A DS e a Vaillante são contemporâneas, partilham a audácia e a elegância do design, inovações tecnológicas e ‘savoir-faire’ francês.

Acrescente-se que Michel Vaillant também passou para a TV, numa série francesa de 13 episódios denominada “Aventures de Michel Vaillant”, na cadeia de televisão ORTF, chegando depois, em 2003, ao cinema, numa adaptação cinematográfica de Luc Besson. Veja aqui o trailer de “Michel Vaillant”:


Para além dos portais acima, poderá consultar mais informações no Facebook de Michel Vaillant, ou no Facebook do DS World Paris.

Posto isto, sugiro que vá de férias ou fim-de-semana até à capital francesa. Agora que acabou a loucura do Euro 2016 será, decerto, um passeio muito mais calmo e agradável! Boa viagem se for o caso e boas férias para quem já as estiver a gozar!

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro

Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.


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