quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Olha Mãe, Sem Pedais!!!

Findo o Verão, iremos assistir a nova corrida aos ginásios ou a simples regressos em alguns casos, como o meu, já que não fiz grande coisa de útil neste domínio nos últimos meses. Não só muit@s irão mostrar as cores trazidas de um qualquer destino paradisíaco – se não real, pelo menos que o fosse para a carteira – como para começar a recuperar o corpo para o próximo grande embate, agendado para as Festas, com as sucessivamente renovadas mesas de Natal e de Ano Novo. É o regresso às múltiplas aulas de fitness, às sequências com pesos e barras, às sessões de elíptica, bicicleta ou passadeira, com ou sem a ajuda de um instrutor (ou PT para os famosos).



Então e se conseguirem adiantar serviço, em cima de um veículo, com que até se poderá deslocar até ao emprego ou mesmo ao ginásio? Apresento-lhe a Lopifit, num misto de bicicleta e passadeira – naturalmente eléctrica – que (quase) poderia ir consigo para todo o lado, não fosse o estado de alguns passeios cá do burgo, que poderão deitar por terra tão potencialmente interessante alternativa/complemento de treino. Apresento-lhe esta peculiar solução no Vídeo Trendy Wheels da Semana:


A ideia foi do holandês Bruin Bergmeester, quando estava a treinar na sua garagem, naturalmente que sem sair do sítio. Existe em preto, azul, laranja, vermelho, cinza e branco, e custa 1.899 euros. Ainda sem representação por cá, o mais perto que consegue ver uma ao vivo será em Barcelona. Mais informações, clique no link acima e, se for o caso, bons treinos/passeios!

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro

Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Ford Focus: Brincar Ao Toca & Foge

Quantas vezes não nos deparámos, quando regressamos ao nosso carro, que deixámos num qualquer estacionamento, que o vizinho do lado nos brindou com mais um ou outro toque, deixando algumas mossas extra na pintura! Desagradável não é? Pois parece que já há uma solução no mercado, tendo sido aplicada pela Ford, estando disponível, para já, como opcional na mais recente geração do modelo Focus.


O sistema opera de modo automático sempre que se abra qualquer uma das portas laterais, fazendo saltar para o respectivo rebordo, numa fracção de segundo, uma faixa protectora em borracha que, em contacto com o carro vizinho do lado impede danos na sua pintura. Demonstrativa da validade da solução é a situação de apanhados que a Ford Alemanha fez para a sua promoção, recorrendo a... dois lutadores de sumo! 


Claro que, infelizmente, isto não resolve o seu problema se os outros não tiverem um Ford Focus dos novos, equipado com esta simples e prática solução, deixando-lhe as assinaturas na carroçaria do seu carro, mas uma vez copiada pelos outros construtores – esta ou outra com idêntico objectivo – o futuro apresenta-se mais risonho no domínio do jogo do toca & foge! Veja mais em pormenor este Ford Door Edge Protector, sistema simultaneamente simples e prático, num opcional que está disponível em toda a gama por apenas 152 euros!

A fórmula Titanium X
Não! Não passei agora para o laboratório secreto do Dr X, a inventar qualquer tipo de liga em titânio. É, sim, a denominação dada pela Ford aos seus modelos topo de gama, como este Focus 2.0 TDCi Auto-Start-Stop Titanium X, de 150 cv e caixa manual de seis velocidades (também o há com transmissão automática Powershift), que se me apresentou num estonteante tom Deep Impact Blue. Adoro a cor, tal como também é muito bem conseguido o padrão dos estofos num misto de tecido e couro, bem como o seu design e níveis de conforto. Numa palavra fantástico conjunto!

Claro que não podia faltar esse sistema de Protecção de Portas nesta proposta que conduzi recentemente, mas essa é apenas uma mera gota de simples tecnologia aqui presente. Do já muito vasto equipamento de série – pode ver todos os conteúdos e configurar esta versão aqui – fazem parte diferentes pacotes conjuntos ou opcionais independentes, dos mais comuns aos mais elaborados.

Destaco o sistema SYNC II, que permite comandos vocais para operação de vários sistemas, do áudio (aqui um Sony de 6 colunas) à climatização, ao telemóvel e navegação, etc. Instruções simples, do tipo “tenho fome!” levaram-me a um leque de propostas de restaurantes nas imediações ou no destino que tivesse definido, apresentando-me uma listagem de locais onde pude recuperar forças, podendo até recorrer ao Guia Michelin para fazer uma reserva! Se quisesse “ligar para casa” dizia essa frase mágica e, com o telemóvel emparelhado, outro mundo se abria, a mim como condutor e aos meus passageiros. São ainda possíveis ligações às mais diversas Apps pelo Ford App Link, como também ouvir músicas específicas, recorrendo aos mais diferentes suportes, escolhidas pelo título ou pelo cantor/grupo.  

No futuro SYNC III, já disponível noutros modelos da marca e, em breve, no Focus, também se vai poder falar em “combustível”, em “estacionamento” e em “hotéis” que o sistema o levará até aos respectivos locais mais próximos.

Por falar em estacionamento, esta versão vinha equipada com o Sistema de Estacionamento Automático (em paralelo e perpendicular) que, pela simples pressão de um botão, ajudava nas operações. Claro que é prático em determinadas ocasiões, em locais mais apertados, pois o volante mexe sozinho e tudo o que havia a fazer (nesta versão manual, no automático nem isto é preciso) era engrenar a marcha-atrás ou a 1ª e acelerar e travar, que o Focus metia-se sozinho no buraco. A operação era acompanhada pela câmara de visão traseira (no ecrã de 8 polegadas do sistema de navegação) e pelos apitos de proximidade dos múltiplos sensores que rodeiam este Focus, tal como a ajuda na saída, até avisando se houvesse trânsito cruzado, atrás ou a aproximar-se.

Múltiplos radares liam a estrada e até sinais de trânsito, exibindo-os no pequeno ecrã a cores à minha frente, complementando a informação habitual de consumos e velocidades, podendo definir-se limites máximos ou usar o prático cruise control, alertas de saída de faixa de rodagem e dezenas de outras situações que se vivem no dia-a-dia da condução. Sim, para quem não esteja habituado, é natural que primeiro se estranhem todas estas ajudas/avisos, com mensagens e apitos de diferentes intensidades, mas depois entranha-se e a coisa corre por si.

Estes são apenas alguns dos exemplos do grau de autonomia que os automóveis do presente estão a ter, com o objectivo de facilitarem a vida dos seus utilizadores. Como deverá ter ouvido, mesmo que não seja muito atento ao mundo automóvel, já há carros sem condutores a circular em alguns países, em testes ou decorrentes de acordos com diferentes empresas. O futuro vai ser isto, queira-se ou não!

Imagens: Ford e Trendy Wheels/JP
Chamem-me o que quiserem, mas, para já, prefiro ser eu a operar o meu automóvel na grande maioria das situações. Sim, tudo o acima ajuda, sim, as tecnologias tornam-se práticas uma vez que nos habituemos a elas. Sim, chama-se a isto “evolução”, mas tirar-me o prazer de condução puro… não sei! Para já (ainda) não quero, pelo menos não na totalidade!

Mas se me perguntarem – “Queres este Ford Focus 2.0 TDCi Titanium X?” – é claro que quero! Arranjem-me só 33.578 euros para a versão manual (o automático custa 35.946 euros) e este azul estonteante de bom grado substituiria o já algo cansado Fiesta cinzentão que está lá em baixo, à porta!

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro

Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Ícones Alternativos

O nome Iris Apfel diz-lhe alguma coisa? Se acompanha o mundo da moda ou se gosta de publicidade, decerto não lhe terá passado despercebida esta velhinha com uns meros 94 anos e um ar um tanto ou quanto excêntrico, com roupas de cores diversas (e muitas), mais uma quantidade invejável de jóias, tudo sublinhado por uns óculos tamanho XXL.

Foi nela que a francesa DS Automobiles apostou para desvendar ao mundo o seu novo DS 3, optando antes por se associar a este ícone, alguém que demonstra estar aí para as curvas, batendo na corrida as habituais modelos de corpos esculturais que marcas e/ou produtos associam às suas campanhas de lançamento.

Mas nem tudo gira à volta do corpo humano e a (ainda) boa da Iris também não quer saber de estereótipos, algo com que o modelo da DS, moderno e chique nascido em Paris – capital mundial da moda – também não se parece incomodar. Juntos têm entrado pelas nossas televisões e ecrãs de cinema, nos diferentes intervalos publicitários, em páginas de revistas e no online, pelos smartphones e tablets, em resultado de uma campanha da responsabilidade da Publicis La Maison. Decerto já identificou a PUB de que lhe falo, mas pode (re)vê-la aqui.

“Estilo” é o fio condutor da mesma, repleta de cor, colocando-se em destaque o mais pequeno carro da jovem marca francesa, um citadino de elevado conteúdo e que pode ter milhões de personalizações (também o há em versão a céu aberto). Apresenta esta avozinha alternativa ao seu volante, num encontro simultaneamente óbvio e improvável: óbvio porque a DS sublinha o estilo inimitável do seu DS 3, em tudo semelhante ao da própria Iris Apfel; improvável porque o primeiro pensamento que surge é “o que é que isto tem a ver?”. Resposta: Tem tudo, já que o estilo é a principal razão para a compra de um automóvel premium para uso em cidade. “Driven by Style” é, por isso, o motto da campanha e se há algo que quer o DS 3 quer a Iris transpiram é estilo!

E quem é a protagonista?
Assumindo uma posição marcante, diferenciadora, provocante, Iris Apfel é uma das mulheres mais influentes do mundo da moda. Os seus óculos enormes, mais as sobreposições de joias e acessórios a que recorre, em cima de roupagens que roçam a extravagância, sublinham-no.

Imagens: DS
Curiosamente, foi apenas aos 68 anos que esta norte-americana ganhou (ainda) maior visibilidade, quando o departamento “Costume Institute”, do Metropolitan Museum of Art, lhe dedicou uma exposição em que exibiu a sua vasta colecção de roupas e acessórios. Daí à conquista do mundo foi um salto de proporções gigantescas, alimentando a sua ousadia e criatividade como parte da sua essência.

Como se ainda precisasse de apresentar provas de que é uma mulher de visão intemporal, está o facto de ter supervisionado a decoração de um dos edifícios mais conhecidos do mundo, a Casa Branca, para nada menos do que 9 Presidentes dos EUA (1950 a 1992), entre outras ligações aos mundos editoriais e da moda. Foi capa de inúmeras revistas, das referenciais “Vogue” e “Avenue”, à “Salt”, “Dated”, “S Moda” e “Stylist”, entre outras.

Resta-me acrescentar – caso tenha interesse – que a música “Odd Night”, num exclusivo para este spot “Driven By Style”, foi composta pelo DJ DVNO (Mehdi Pinson de seu nome). Ela estará disponível em breve no iTunes. Sobre a Iris Apfel, há um documentário de 2015 assinado por Albert Maysles, trailer com que termino esta edição do Trendy Wheels:


Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!


José Pinheiro

Notas:
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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

De Bestial A Besta

Com os constantes desenvolvimentos tecnológicos nas mais variadas áreas, andar de autocarro será, decerto, algures no futuro, bem mais fácil, caso, por exemplo, fosse implementada esta solução que fez o seu primeiro teste - quase secreto mas amplamente difundido na internet - na cidade de Qinhuangdao, no nordeste da China, país que lida com vários milhões de viaturas por dia, acumulando engarrafamentos monstruosos! 

Chama-se Transit Elevated Bus (TEB) este projecto desvendado em Maio último na “CHITEC - Exposição Internacional de Tecnologia de Pequim”, então perspectivando-se como uma autêntica revolução no trânsito das urbes, já que este estranho e enorme autocarro - há quem se lhe refira como comboio ou eléctrico pois circularia em carris - ultrapassaria o trânsito acumulado… por cima. Conheça o projecto no Vídeo Trendy Wheels da Semana:


De propulsão 100% eléctrica e com uma capacidade de 300 pessoas por carruagem, dizem os seus responsáveis que um único TEB de 4 carruagens substituiria nada menos do que 40 autocarros convencionais, para uma redução prevista na ordem dos 35% do trânsito acumulado, bem como um bem mais rigoroso cumprimento dos horários.


Claro que haveria muito trabalho a fazer, pois as vias teriam de ter determinadas condições, haveriam importantes alterações na recolocação de sinais de trânsito (semáforos), o modo como o gigantesco TEB conseguiria fazer determinadas curvas, havendo um problema adicional com a altura do seu túnel inferior, que não permite a passagem por baixo de veículos acima dos 2,1 metros, algo que impossibilita que alguns veículos comerciais e outros pesados circulassem nas vias por ele usadas. Isto para além da distribuição do trânsito pelas diversas vias, sendo que os restantes condutores teriam de se habituar a lidar com estas autênticas pontes com rodas nos seus trajectos, nomeadamente a verem-se ultrapassados por cima

A sua aplicação apontaria para o médio/longo prazo, uma vez ultrapassadas essas ainda muitas condicionantes, mas já surgiram mais umas quantas, depois da realização do primeiro teste real. Foi num percurso de uns meros 300 metros, apenas em linha recta e sem trânsito a passar por baixo e que as autoridades municipais locais... desconheciam! 

Depressa o projecto tido como visionários parece ter descambado em pouco ou nada, com a própria imprensa local a começar a desconfiar das verdadeiras intenções dos seus autores, alegando que isto poderá não ser mais do que um esquema de angariação de investimentos para algo com centenas (milhares???) de pontos de interrogação em termos de viabilidade e que, por isso, não surgirá assim tão cedo (leia-se, não dará o esperado retorno aos seus investidores em tempo útil). Veja aqui um dos reports do About People's Daily Online.

Passou, assim e em três tempos, de bestial a besta a grande maravilha chinesa, um projecto que teria tudo para ser bem sucedido mas que, afinal, parece não ter rodas para andar. Mas a ficção ou a perspectiva de evolução num futuro mais ou menos longínquo é algo que fazemos desde pequenos, das viagens ao espaço aos outros desenvolvimentos, incluindo o do mundo das rodas. Por tudo o acima, o TEB (ou algo similar) parece não ser para já, nem mesmo para amanhã, mas pode ser que um dia... Sonhar não custa!

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro

Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Gigantes Em Alcatrão

Depois de há dias lhe ter mostrado três estradas que se viram reconhecidas internacionalmente, após fórmulas de cálculo específicas as terem colocado no topo de listas de “As Melhores”, desta feita apresento-lhe outros tantos exemplares de cortar a respiração. Uma é um ícone bem lusitano, a longa N2 que liga Chaves a Faro; as duas outras são a bem conhecida Route 66 (EUA) e a menos badalada – mas nem por isso menos interessante – Route 1 (Islândia).

Iniciando esta nossa viagem em Chaves, apresento-lhe a Estrada Nacional 2o longo e velho percurso que, durante décadas, foi a mais popular ligação entre Trás-os-Montes e o Algarve! Sem fórmulas matemáticas associadas, encerra, ainda assim, outros números interessantes, com especial destaque para os nada menos do que os seus 738,5 km de extensão, cruzando 9 províncias, passando por 11 distritos, atravessando 29 concelhos, 11 rios e 4 serras! Ah sim, e dizem ter mais de três centenas e meia de curvas!!! Uffffffff…!

É tão impressionante que tem sido cada vez mais usada por diferentes entidades para as suas acções. Como o Club MX-5 Portugal, grupo de amantes do "descapotável de dois lugares mais vendido do mundo" - a certificação não é minha, é da Guinness World Records - que em Abril último ali realizou um dos seus múltiplos passeios anuais. Foram mais de duas dezenas de Mazda MX-5 e seus condutores e acompanhantes, fora o pessoal da organização, que percorreram de norte a sul esta faixa interior do nosso país.

Imagens: Club MX-5 Portugal


Houve quem recentemente a comparasse à norte-americana e mítica Route 66, pretendendo transformar a nossa N2 num projecto turístico à semelhança do que aconteceu do outro lado do Atlântico. Parte significativa dos 3.940 km originais da estrada americana que, desde os seus tempos áureos, atravessa 8 Estados dos EUA, mantêm-se, mas fruto das evoluções rodoviárias, algumas secções perderam-se, ou viram-se alteradas no seu trajecto original. Mas a sua essência continua a conquistar aventureiros de todo o mundo, em duas, quatro ou mais rodas, atravessando-a e fotografando os seus pontos mais representativos.

Imagem: Wikipedia


Dizem que o primeiro Motel do mundo nasceu lá, tal como o primeiro McDonalds, numa gigantesca estrada que foi cenário da série de TV “Route 66” (1960-64) e de diversos filmes, como “Easy Rider” (1969), “Thelma & Louise” (1991) e “Café Bagdad” (1987). Até a cidade de “Radiator Springs”, palco virtual da saga infantil “Cars” (2006) da Disney/Pixar, ficará alegadamente na berma desse ícone rodoviário, que também inspirou para músicas dos Depeche Mode, The Rolling Stones, Nat King Cole, Natalie Cole e Al Jarreau, entre outros. Livros também há um pouco de tudo, dos tradicionais guias até propostas de culinária, álbuns fotográficos e histórias infantis!

Bem mais a norte, na Islândia, fica outro ícone rodoviário, a Route 1 ou Ring Road ou ainda Þjóðvegur 1 em dialeto local. É uma longa estrada de circunvalação com 1.332 km, ligando as principais cidades, monumentos e atracções turísticas do país. Dados os rigores meteorológicos locais não é totalmente circulável no Inverno, tendo os locais de se socorrer de troços alternativos para atingir os destinos.

Imagem: TomTom


O grupo local Sigur Rós aproveitou o recente Solestício de Verão para percorrer toda a sua extensão, fazendo-o em live stream ao longo de mais de 24 horas e, naturalmente, sempre de dia, algo perfeitamente comum por aquelas paragens. Aproveitou, depois, essas imagens para gravar o vídeo do seu tema Óveður, que pode ser visto aqui em modo timelapse:


Claro que este artigo se poderia estender ainda mais por outras estradas de sonho (ou mesmo de pesadelo) do planeta, desde a Great Ocean Road (Austrália) à Ruta 40 (Argentina), passando pela Karakoram Highway (China/Paquistão) ou pelo Khardung Pass (Índia). Na Europa teríamos o Nurburgring Nordschleife (Alemanha), a Trollstigen (Noruega), o Stelvio Pass (Itália) ou o Col du Turini (Mónaco), entre muitos outros traçados mais ou menos pitorescos. Mas estes ficam para uma próxima…

Imagens: Google Maps, Wikipedia
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro

Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.


sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Um Bilhete Para Ho Chi Minh City Sff!

“Bom dia! Quero um bilhete para Ho Chi Minh City por favor!” Se fizesse este pedido no guichet da estação da CP de Vila Real de Santo António, o mais certo era que do outro lado do vidro lhe respondessem algo do tipo “Ah mon… Moce! Deslarga-me da mão!”, ou então um “Comé-quié?”, acompanhado de um sinal de chamada do Segurança de serviço para ver “o qu’é qu’este cabeça de azinho quer pr’áqui!”. 

Embora parecendo algo do outro mundo, apenas não é possível a compra na íntegra desse bilhete, mas já o é viajar de comboio desde Vila Real de Santo António, no extremo do sudeste Algarvio, até Ho Chi Minh City (também conhecida como Saigão), na ponta sul do longínquo Vietname! Uma perfeita loucura, é certo, mas faz-se!
 
Imagens: CM Vila Real Santo António e Ho Chi Min City Municipality

Surpreso?! Eu também fiquei assim pró estupefacto, mas um estudo do portal Basement Geographer, feito em tempos e entretanto replicado noutros portais, demonstra-o... em parte. Isto porque não querendo fazer um eco dessa viagem, decidi esticar um pouquinho mais o percurso, acrescentando-lhe uns meros 500 km (62 no Algarve e 441 até Coimbra), vislumbrando esta viagem a partir do sul do país, acumulando aos 17.000 km originais. Afinal, até dá para ligar ambas as cidades e fazê-la – se não houver atrasos e condicionantes – em cerca de 13 dias, mas vá-se lá saber em que estado de cansaço!

Imagens:  Google Maps, CP

De  mochila às costas na estação de Vila Real de Santo António e ‘bora lá e tentando perder-se o menor tempo possível entre composições. A longa viagem inicia-se num comboio Regional da CP às 13h33, levando 70 minutos até Faro, para às 15h05 arrancarmos no Alfa Pendular rumo a Coimbra B, chegando ao destino às 19h43.
 
Imagens:  Google Maps, CP
Segue-se o internacional Sud Expresso que, saindo de Coimbra-B às 23h32, atinge a fronteira de Vilar Formoso às 02h20, Medina del Campo (Espanha) às 05h40 e Hendaye, já do lado francês dos Pirenéus, às 11h28 da manhã do dia seguinte, numa primeira viagem nocturna que permite descansar e aproveitar as refeições a bordo da carruagem-bar.

O Sud Expresso liga depois ao TGV-Atlantique francês que circula entre a fronteira franco-espanhola e Paris e daqui e sempre por países da União Europeia, o destemido viajante segue, depois, a bordo de diferentes composições (incluindo o ICE e o EuroNight), passando e/ou parando em cidades como Bruxelas, Colónia ou Berlim, até alcançar Varsóvia, na Polónia. Nesta altura já se somam cerca de 40 horas de viagem (com transbordos e algumas esperas mais ou menos longas, mais o acerto horário) desde que se saiu de Coimbra-B.
 
Imagens:  Google Maps, SNCF e ICE


Ainda está fresquinho? Então prepare-se que a partir daqui é a doer! Da Polónia inicia-se uma viagem de quase 26 horas e meia num Polonez, que cobre os pouco mais de 1.300 km até Moscovo, atravessando-se a Bielorrússia. Dormir, comer e o xixizinho da ordem só a bordo, pois as localidades onde se pára são só vistas pela janela. Não há tempo para mais!
 
Imagens:  Google Maps, Seat61ExpressToRussia

É na capital russa que se inicia a histórica Rota Transiberiana (ou pelo menos parte dela) que atravessa quase na horizontal o sul daquele enorme país. Interrompe-se esse trajecto em Ulan-Ude, para se entrar na Rota Trans-Mongólia, que atravessa este país de norte para sul, prolongando-se até Pequim. Até à capital chinesa passaram-se mais 7.622 km sobre carris, em comboios multi-cor incluindo 6 noites e uma paragem de quatro horas na fronteira entre a Mongólia e a China, para acerto da bitola das rodas da composição (distância entre carris, que é diferente entre aqueles dois países).
 
Imagens:  56Parallel, GoWay, Wikipedia
Nesta altura, o Vietname é “já ali”… ou quase, mas há ainda que esperar de novo na fronteira para nova mudança de bitola. É… aquando das guerras o pessoal com medo das invasões estragava os planos dos agressores com esta marosca estratégico-militar, que impedia o avanço das composições dos países agressores (também as há diferentes da Península Ibérica para França, ou da Europa continental para as ilhas britânicas). Desde a fronteira, rumo a sul via Zhengzou, Guillin e Nanning, são mais 4 horas até Hanoi, fazendo-se aqui nova paragem de 11 horas antes de nova viagem de 33 horas (1.726 km) até se atingir Ho Chi Minh City. Yeahhhhh!!!! (leia-se qualquer coisa do género "Uffff… finalmente!!!").
 
Imagens: Google Maps, China Highlights, BaolauVietsensetravel e Vietnam Railway
Tudo somado, o Basement Geographer contabilizou 17.000 km e 327 horas de viagem (mais de 13 dias e meio), incluindo todos os acertos horários derivados das diferentes zonas geográficas atravessadas. Previu, na altura, um custo de cerca de 2.000 dólares em bilhetes, contando, por exemplo, na Europa com os mais acessíveis do consórcio Eurail, que incluem uma série de benefícios e são válidos para quase todos os países até à Polónia. Há que somar a isto os 500 km extra que inclui em Portugal e o respectivo custo dos bilhetes (6 euros do Regional e 44,40 euros do Alfa).

Mas é uma viagem bastante dura, mesmo tendo em conta as deslumbrantes paisagens que vai encontrando pelo caminho, a sua grande maioria vista das janelas das diferentes composições, nomeadamente nas rotas Transiberiana e da Mongólia. Em termos de tempo a alternativa “avião” mostra-se muito mais atractiva, podendo-se ainda poupar em quase 3/4 o preço do bilhete.

De acordo com o portal Momondo e partindo de Faro – há que chegar de Vila Real de Santo António de comboio – e voando para o mesmo destino, há 3 hipóteses de escolha (note-se que escolhi um dia a meio da semana, no caso uma 4ªF):
  • A Mais Barata: a viagem fica por 542 euros, saindo-se do aeroporto de Faro e tendo escalas em Amesterdão e Cantão. O primeiro voo é da Transavia e os outros dois da China Southern Airlines. Sai-se às 16h50 desse dia e chega-se às 11h00 de 6ªF, ou seja, no total a viagem far-se-á em 36h10;
  • A Mais Rápida: ser mais rápido (apenas 18h10) implica ser mais caro (3.233 euros) e também aqui há duas escalas – até Munique na Air Berlin e depois para Banguecoque e ate ao destino pela Thay Airways – mas com menos tempos mortos entre as viagens;
  • A Melhor: esta é apresentada como a proposta mais equilibrada, com um custo de 597 euros e feita em 21h25. Um voo é da Lufthansa, levando-o até Frankfurt, enquanto a Singapore Airlines voa até Singapura e, depois, até Ho Chi Minh City.

Imagens: Momondo



Se  o seu espírito é aventureiro e aposta na diferença, a longa viagem de comboio assenta-lhe que nem uma luva. Se é mais lógico de pensamento, então faça-a de avião! Qualquer que seja o seu destino e com quem quer que vá, deixo os votos de umas excelentes férias!

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro

Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Biciclada, Bicimpressa Ou Bicismart?

É uma pergunta que se impõe no futuro próximo no mundo das duas rodas sem motor, como o demonstram as três tendências que lhe trago hoje, uma mais ambiental, outra mais alternativa e uma terceira bastante tecnológica.

Comecemos pela proposta da Muzzi Cycles, que promove uma mobilidade mais saudável e sem poluentes, pela transformação de resíduos plásticos em matéria-prima. Reciclagem é, aqui, a palavra-chave e a base de trabalho do artista plástico uruguaio Juan Muzzi é não outra do que algo com que lidamos diariamente e que se acumula às toneladas nos aterros e – muito pior – nos mares e oceanos: garrafas de plástico do tipo PET. Neste caso transformam-se em quadros de bicicletas, num processo que consta da imagem abaixo, usando cada quadro o equivalente a cerca de 200 desses exemplares plásticos, produzindo-se um a cada 90 segundos! Informações adicionais, incluindo preços (em Reais) no link acima.

No  estúdio holandês MX3D está em preparação uma bicicleta que fura todas as convenções em termos de produção do quadro, seguindo uma tendência cada vez mais comum para a fabricação de peças: a impressão 3D. Chama-se Arc Bicycle e nasceu da ideia de um grupo de estudantes da Universidade Tecnológica TU Delft, cabendo ao estúdio a impressão em 3D do quadro, num reticulado de aço soldado, em camadas, feito por um robot. O processo pode ser visto neste vídeo:


Curioso o facto do projecto estar a servir de balão de ensaio para a produção de uma ponte, com oito metros de comprimento, sobre um dos muitos canais locais! Está agendado para 2017 e o Trendy Wheels manter-se-á atento aos novos desenvolvimentos.

Tecnologia é, também, algo muito subjacente à proposta da Samsung Maestros Academy, uma cooperação entre o especialista de quadros de bicicletas Maestro Giovanni Pelizzoli, o talento da aluna Alice Biotti, com o beneplácito do programa “Maestros” da Samsung Itália.

Nasceu, assim, a Samsung Smart Bike, a primeira bicicleta que protege o condutor através de componentes de segurança, controlados por um smartphone do gigante tecnológico sul-coreano: uma câmara digital apontada para trás transmite as imagens no ecrã; quatro feixes de laser projectam para o chão luzes indicadoras, alertando quem circule em redor da sua aproximação e trajectória; tem GPS integrado, Wi-Fi e Bluetooth. Já o inovador quadro neutraliza as vibrações do piso, impedindo-as de atingir, com a mesma intensidade, o ciclista. Conheça este futuro aqui.


São estas algumas das novidades do mundo das duas rodas sem motor. Outras há que ficam para uma próxima edição.

Imagens: MuzziCycles
Imagens: MX3D
Imagens: Samsung Maestros Academy

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro

Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Psicologia Inversa

Estamos carecas de saber que conduzir e utilizar o telemóvel durante o processo pode, muitas vezes, ter efeitos nefastos, pois a distracção ao volante paga-se caro. Mas, o que é um facto é que se continua a ver muito condutores de telemóvel na mão, nomeadamente no pára-arranca, com os olhos postos no visor, seja para aceder/enviar a sms, ou para consultar as cada vez mais concorridas redes sociais. 

Então e o que fazer, nomeadamente para alcançar essas pessoas, em especial as mais contrárias e resistentes? Uma solução poderia ser o recurso à psicologia inversa, ordenando-se algo e esperar que a pessoa faça exactamente o contrário. Isto porque esses mais renitentes odeiam limitações à sua liberdade pelo que se rebelam quando tal acontece, agindo no sentido oposto.

Não há muito tempo em Ontario (Canadá), uma (suposta) agência funerária teve a impensável ideia de colocar painéis de publicidade gigantes junto a uma das mais movimentadas autoestradas locais, com letras garrafais a dizer “TEXT AND DRIVE”, surgindo mais abaixo a referência à dita agência! 

Pois… decerto que este seria um bom modo de angariar clientes extra, mas havia algo mais por detrás desta mensagem, como pode ver no portal da tal Wathan FuneralSim, é um tipo de psicologia inversa, pois pretendeu-se convencer os condutores locais desse perigo ao volante, estimando-se que, muito em breve, as fatalidades provocadas pelo álcool na condução de veículos se vejam ultrapassadas por esta recente tendência.

Em  S. Paulo (Brasil), houve outra proposta igualmente singular, com o contributo da Motorola Brasil, surgindo na paisagem da cidade um conjunto de sinais de trânsito de proibição (no tradicional circulo vermelho cortado na diagonal, sobre um fundo branco), neles se integrando todo o alfabeto, adicionando-se a mensagem “QUALQUER LETRA É PROIBIDA. NÃO DIGITE E DIRIJA.”

Regressando a norte do continente americano e para terminar, veja-se aqui um vídeo do que se registou numa autoestrada da Florida (no Estado da California), em plena hora de ponta. Dos 2.151 veículos que passaram por uma determinada câmara num período de 20 minutos (aqui reduzidos a 129 segundos graças ao timelapse), 185 deles (8,6%) conduziam distraídos, fosse porque iam a falar ao telefone, ou a mandar/receber sms, a comer ou a pensar na morte da bezerra!


Não parece muito significativo, nomeadamente se descontarmos os que iam a falar ao telemóvel, num Estado onde isso é permitido por lei, mas ainda assim… De pasmar é o facto de haver quatro Estados – Arizona, Missouri (só maiores de 22 anos), Montana e Texas (excepto recém-encartados) – em que até se permite enviar e receber sms! É a loucura! 

Se pensar em voar para o outro lado do Atlântico, veja abaixo onde se pode fazer o quê ao volante. Isto porque – se não sabia fica a saber – a coisa varia de um sítio para o outro. Mas, de preferência, não use o telemóvel e conduza! Claro que é pela sua saúde, mas também porque eu gostava de continuar a tê-lo aí desse lado a ler as futuras edições do Trendy Wheels!



Imagens: John St./Cieslok Media, Motorola/F.biz, SR22 Agency


Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro

Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.