“Olá… sou o Type H,
mas também já me chamaram H Van e HY. Nasci em Paris em 1947, logo a seguir a
uma guerra que deixou a minha pátria devastada, pelo que decidi ajudá-la a
reerguer-se e a tornar-se na potência que hoje é. Nasci, por isso, para trabalhos duros, sabendo que teria
uma vida difícil pela frente, pelo que meti rodas à obra e nunca verguei sob o
peso dessas múltiplas operações.”
“Já fiz um pouco de tudo nesta vida, de transporte de materiais
de construção, passageiros, gado, móveis, livros, legumes e café, a oficina
móvel, até servindo de palco aos mais diversos eventos. Hoje, no alto dos meus 70 anos, gosto mais de estar em mercados de street food ou eventos desportivos,
contribuindo para alegrar o pessoal, que ainda me olha com admiração. Ainda não penso em
reforma, apesar de algumas dores aqui e ali, de que recupero depressa, fruto de
quem me sabe curar, voltando à estrada para colocar sorrisos nos rostos de
quem me vê passar. São já 70 anos mas estou aí para as curvas, apto para todo o
serviço”.
Poderia
ser este o discurso de apresentação de um dos maiores ícones da indústria dos
veículos comerciais, o Citroën Type H,
modelo que comemora este aniversário redondo.
Até 1981, ano em que oficialmente terminou a sua produção, produziram-se perto de meio milhão de unidades – 473.289 para ser mais preciso – várias delas ainda hoje
em circulação, seja porque os seus proprietários as souberam preservar ou
porque há quem olhe para o modelo com o gigante double chevron na grelha (é aquela espécie de duplo circunflexo à frente dos modelos da marca francesa) e o recupere ou recrie, para
as mais diversas operações.
Entre
as inúmeras acções previstas para celebrar a data, nomeadamente em solo gaulês,
destaca-se a da Le Coq Sportif, conceituada marca francesa de artigos
desportivos que, em conjunto com a Citroën, criou uma versão muito especial
para os amantes do ciclismo, numa oficina móvel destinada a promover as provas
por si patrocinadas. Outras irão surgir ao longo do ano.
Educar a mente e o
estômago
Por
cá este veículo de ar simpático também já teve as mais diversas actividades, do
transporte ao pequeno comércio, com particular destaque para o lazer e a educação, até em ambientes diametralmente opostos.
Imagens: A Nave Voadora - Bibiotecas Itinerantes em Portugal e Rodas de Viriato (em baixo, à dta.) |
Em
1958 foi a Fundação Calouste Gulbenkian
que lhe deu enorme destaque, assentando no Type H muitas das suas então bibliotecas
itinerantes, colocando-as a circular pelo nosso país para levar a cultura às
zonas mais remotas do país, em especial aos que tinham menores recursos e pouco (ou nenhum) acesso à
educação.
Mais
recentemente o modelo tem reunido as preferências de outro tipo de educação, a
do estômago, não sendo raras as empresas gastronómicas que o elegem para
promover os seus produtos. Exemplos são os food
& drink trucks da Menina e Moça,
Fábrica – Coffee Roasters, Hops - Beer & Co, Jameson, Skinny Bagel e da Somersby, que
invariavelmente surgem nos mais diversos eventos e festivais de street food do nosso país, ou noutros contextos
do mais variado âmbito. Outros estão fixos nos seus poisos, como os Type H da Cheirinho e do Docicário, estacionados
na “Cascais Kitschen”, a área de
restauração do CascaiShopping.
Alguns
dos exemplares que ilustram este texto têm assinatura da Kiosque Street Food,
marca do grupo VERSO MOVE, que
não tem tido mãos a medir face às inúmeras solicitações – nacionais e
internacionais – para a construção de food
trucks, nomeadamente os que têm como base este nosso aniversariante,
recuperando chassis originais ou criando moldes em resina, com visual do modelo
da Citroën.
Imagens: Kiosque Street Food |
Saiba
mais sobre o Type H no portal Citroën Origins. Ali pode pô-lo a
trabalhar, ouvir o bater das portas, ligar os piscas e até apertar a buzina! Conheça-o
por dentro e por fora e veja os catálogos originais e a publicidade que o
promovia. Há tanto para descobrir deste ilustre aniversariante. Parabéns Type
H!
Imagens: Citroën (todas as restantes) |
Imagens: Hops - Beer & Co. (1) e Trendy Wheels/JP (2 e 3) |
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas,
decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades
respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.
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