É
inegável que a segurança a bordo dos automóveis tem evoluído de um modo significativo
ao longo dos anos, nomeadamente nos últimos, em que o desenvolvimento tecnológico
deu um salto de gigante. Regista-se, por isso, a constante introdução de
sistemas cada vez mais sofisticados, que têm como objectivo minimizar os danos,
nomeadamente no condutor e passageiros, a chamada “parte fraca” de todo o conjunto. Alguém que tem também de dar o
seu contributo, embora na maioria das vezes não estando nem aí, contando apenas
com os santinhos ou com a máxima de “ao
menino e ao borracho Deus põe a mão por baixo”!
Só
que nem sempre é assim, infelizmente! Claro que cada acidente tem as suas
próprias características e que há “n” factores a ter em linha de conta, seja
pelos veículos envolvidos, pelo estado – físico, psicológico, neurológico, etc –
do condutor, pela envolvente do percurso, etc. Felizmente há entidades que há
muito estão sempre atentas a estas realidades, obrigando os construtores a, cada
vez mais, se preocuparem com quem lhes compra os automóveis.
É
o caso da Euro NCAP, organismo independente
de avaliação de segurança que, de há 20 anos a esta parte, assumiu um papel de verdadeiro
protagonista no sector. No âmbito deste aniversário desvendou um vídeo que
demonstra o quanto se evoluiu, comparando dois veículos do mesmo segmento, separados
duas décadas entre si: um Rover 100 de 1997 e um Honda Jazz de 2015. Os
resultados registados nas avançadas instalações Thatcham Research Centre (Reino
Unido), são por demais elucidativos do nível de destruição de então e do
presente, quer ao nível do veículo, quer – e principalmente – do impacto nos
ocupantes. As imagens falam por si:
De
acordo com os dados desta instituição, a sua actuação terá permitido que se
salvassem mais de 78.000 vidas ao longo destas duas décadas, período em que a
EueroNCAP realizou cerca de 1.800 crashtests,
obrigando a um investimento global superior a 160 milhões de euros.
“Estamos muito
orgulhosos do facto do nosso programa de testes de segurança ter levado a um crescimento
de importantes soluções de segurança nos automóveis, ajudando a Europa a
registar a menor taxa de fatalidades, face a qualquer outra região do mundo”, afirmou Michiel
van Ratingen, o seu o Secretário-Geral. “No
entanto não devemos baixar os braços, sendo que queremos garantir que as
estradas da Europa sejam ainda mais seguras ao longo dos próximos 20 anos, não
só para os ocupantes dos veículos, como para todos os intervenientes no
trânsito”, deixando a promessa de que
“vamos continuar nessa direcção, estando neste momento a definir um abrangente
e desafiador projecto para o período de 2020 a 2025”.
Crashtest em
formato XXS
Ainda
nesta vertente, a ADAC, o maior clube
automóvel alemão e que, entre outras actividades, também avalia resultados de testes
de colisão, tornou público há dias um vídeo de um projecto que também envolve o
lançamento de um carro contra uma parede. Seguiu todas as regras inerentes às suas
avaliações a automóveis convencionais, só que, neste caso em particular, esse
carro tinha tudo menos de normal,
sendo feito em… bem, o melhor é ver o vídeo:
Como
se pôde ver, trata-se Porsche 911 GT3 RS da colecção LEGO Technic, um complexo conjunto de 2.704 peças e que se monta nuns meros 856 passos, medindo, uma vez
completa a tarefa, 57 cm de comprimento, por 25 de largura e 17 de altura. À semelhança
dos testes tradicionais, foi enviado contra a habitual barreira a cerca de 46
km/h, com estes impressionantes resultados!
Imagens: Euro NCAP |
Resumindo,
seja a brincar ou mais a sério, o resultado de um acidente é, muitas
vezes, devastador. As distracções, nomeadamente com as novas tecnologias,
álcool, velocidade, veículos envolvidos e o estado da estrada, os outros
condutores, peões e os seus próprios passageiros ou eventuais animais que leve
a bordo, tudo contribui para que cada um seja um acidente individual.
Entidades como as acima fazem soar os alertas e pressionam os construtores a
fazerem veículos cada vez mais seguros, mas cabe-lhe a si uma importante dose
de atenção e o discernimento suficiente para que a coisa não descambe para algo
com custos elevados, a vários níveis!
Cumprimentos
distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas,
decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades
respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.
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