Continuamos hoje esta viagem pelos automóveis presidenciais, apontando a outros
pontos do planeta, onde as viaturas destinadas aos representantes máximos de cada nação são de gosto (e custo) variável. Muito falados são o Cadillac One – tem a alcunha “The Beast” – do
Presidente dos EUA, ou as igualmente imponentes viaturas oficiais da Rússia, com o
seu líder a deslocar-se num longo Mercedes-Benz S600L. Fala-se que está na
calha uma outra blindada, da marca russa ZiL, da qual – naturalmente – não há
ainda muitos dados públicos. São ambas autênticas fortalezas, capazes de lidar com
ataques com rockets ou químicos, estando, segundos os especialistas, dotadas de u adequado arsenal bélico!
A Mercedes-Benz não tem, aliás, mãos a medir para dar resposta às solicitações de
muitos Estados, de longas berlinas feitas à medida por uma divisão própria para
estes clientes tão especiais, ou mesmo através da Maybach, a sua marca de hiper-luxo. Sem surpresas, o executivo da Alemanha tem vários
S600L ao serviço, tal como os governantes das Filipinas, Índia, Quénia e Nigéria, países
onde a extrema pobreza contrasta com os luxos de alguns líderes.
Imagens: Cadillac (1), Mirror/Sergey Guneev Sputnik (2), South China Morning Post (3) Wikipedia (4 e 5) |
Nas
rivais Coreias, a Sul, o moderno Hyundai Equus VL500 Limousine mede forças com o
produto local da Pyeonghwa Motors do líder nortenho, enquanto na China é, como convém, um
local FAW Hongqi Red Flag a limusina do seu Presidente. Do lado oposto do
planeta, na América do Sul e fruto da austeridade local, tem havido um decréscimo
na ostentação: o Brasil aposta num Ford Fusion de produção mexicana, guardando
na garagem os dois Rolls-Royce Silver Wraith (de 1953 e 1957) para eventos mais
formais; na Argentina o novo carro de protocolo de Mauricio Macri é um
Mercedes-Benz Vito, naturalmente blindado!
Ao
nível das Casas Reais, o destaque vai para Isabel II de Inglaterra, que ao
longo dos anos aposta em propostas das marcas Bentley (actualmente é um State
Limousine), Jaguar e Rolls-Royce, entre outras very british, conjunto de veículos
construídos de acordo com instruções específicas. O Imperador do Japão também
usa a prata da casa, um Toyota Century Royal, mas já a família real tailandesa prefere um alemão Maybach 62 Limousine, enquanto na Noruega o Rei Harald II mostra-se
num estranho Binz. No Reino de Marrocos é um clássico Mercedes-Benz 600 Pullman
o preferido do Rei Hassan II, algo transformado face à versão original de 1963.
No
campo da Rolls-Royce, os seus fantasmas da dão cartas em Espanha, com Filipe VI
a ter ido para a sua coroação num Phantom IV descapotável de 1948, tal como o
seu pai, Juan Carlos I, o havia feito. O Sultão do Burnei tem, entre as
centenas de carros da sua frota, um Phantom VI de 1968 entre os seus preferidos
e o seu congénere da Malásia desloca-se, regularmente, numa versão VII.
Imagens: ShimWorld (1), Bentley Motors (2), El País (3) e Wikipedia (4 e 5) |
E o popularizado ‘SVC 1’
Muito
se falou recentemente no Papa Francisco e nos seus "Papamóveis", dele e dos
seus antecessores, mas não podia deixar de o referir neste texto. Tendo
abdicado de usar um carro oficial, para evitar sinais de ostentação, o Sumo
Pontífice divide-se entre os vários modelos, a que são atribuídas as matrículas
'SVC 1', acrónimo de “Stato della Città del Vaticano”, com o nº 1 a indicar a
quem se destina, mais o respectivo brasão.
Imagens: Gencar (1), Força Aérea Portuguesa (2), Club UMM (3), Vaticano (4, 5, 7, 8 e 9), Fátima 2017 (6) |
Nos
eventos de Estado são usadas berlinas Mercedes-Benz ou mesmo um Lancia Thesis,
modelo italiano que também tem servido a Presidência de Itália, mas os mais
conhecidos são mesmo os Papamóveis, denominação que era pouco apreciada por
João Paulo II, mas que se tornou tão popular. Um dos mais recentes exemplares –
um Isuzu D-MAX – mostrou-se na peregrinação a Fátima (já havia desempenhado
semelhante papel na sua visita à América do Sul), levando para cá e para lá o
actual Chefe da Igreja Católica.
É
apenas um de muitos exemplares transformados a preceito, sendo que em tempos
até houve um papamóvel 100% português, um todo-o-terreno da extinta marca UMM
(União Metalo Mecânica), que, segundo parece, deu muito que falar aquando da
viagem de 1991 de João Paulo II ao Funchal.
Cumprimentos
distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas,
decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades
respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.
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