“A empresa Vaillant é desmantelada por Slate, que substituiu
a herança da marca Vaillante pelas suas próprias criações. A Vaillante não
existe mais. Jean-Pierre Vaillant atirou-se de um precipício, lutando entre
vida e morte no centro cirúrgico de Les Invalides. Devastado, Michel Vaillant
foi incapaz de salvar o seu irmão, abandonou tudo e conduz camiões nos trilhos
de Kivu, onde enfrenta vários perigos para salvar um outro camionista ferido,
um desafio lamentável para um piloto que foi incapaz de salvar o seu irmão...
Mas em La Jonquière luta-se contra o destino, com
Françoise Latour a decidir que a Vaillante deve recomeçar do zero. Com a ajuda
do Tio Benjamin, ela compra dois monolugares eléctricos e é numa simples
garagem local que Patrick e a sua banda ‘Now Future’ preparam os dois Fórmula E
para o primeiro ePrix de Paris.
Aceitará Michel regressar ao volante? A corrida
disputa-se em redor dos Invalides, em volta de Jean-Pierre, ele também em
luta... Estará Michel à altura deste desafio simbólico? Depois de um álbum que
o deixou no limite, esta nova aventura do lendário piloto trá-lo de volta às
grelhas de partida. Afinal, o ADN dos Vaillant não é ele, a família e as
corridas?”
É este o argumento
de “Renaissance”, o 5º e mais recente
álbum de quadradinhos da “Nova Temporada”
da saga Michel Vaillant, um
dos maiores heróis de sempre da temática, em papel, das corridas de automóveis,
publicações que se juntam aos 70 livros da “Primeira
Série”, editada entre 1959 e 2011. Quem é que em pequeno, gostando de
carros e de corridas, não conhece o mítico piloto francês que conduz as mais
diversas montadas concebidas pela família Vaillant?
Carros, motos,
barcos, camiões… a marca Vaillante (é mesmo assim, com um "e" adicional ao nome da família) é indissociável de tudo o que é desporto
motorizado! Nos ralis o herói francês participou em muitos, como os míticos Monte Carlo e Safari,
mas também pelo nosso, retratados nos álbuns “Rali em Portugal” (o 19º da 1ª série, publicado em 1971) e em “O Homem de Lisboa” (45º livro, de 1984), enquanto nas pistas de
Fórmula 1 conduziu no Mónaco, Indianápolis (EUA), Zandvoort (Holanda), Monte
Fuji (Japão), nos mais míticos dos circuitos mundiais como Le Mans (França), Spa
(Bélgica), Nurburgring (Alemanha) e Macau (à altura ainda sob cores lusas), ou ainda
em provas de resistência como o destrutivo Paris/Dakar, num álbum com o mesmo
nome.
Coube ao belga Jean
Graton criar o então jovem Michel Vaillant, primeiro em tiras de quadradinhos
das revistas “Tintin” de 1957, para dois
anos depois lhe dedicar um primeiro álbum, sob o título de “O Grande Desafio”. Dando um cunho verdadeiramente realista às suas
histórias, aliando as corridas aos laços familiares, às intrigas, ao suspense e
à inveja, presentes em toda a série de agora 80 álbuns. Neles vivem personagens principais, entre os elementos da família
Vaillant, amigos e pilotos, aos muitos adversários, entre eles os perigosos elementos
do Team Leader. Integrou-os em histórias fictícias, mas com fortes ligações ao
mundo em que vivemos, nomeadamente ao nível do desporto automóvel, desenvolvendo-as em
cenários e factos reais, nelas misturando nomes sonantes do mundo automóvel, numa
mais que justa homenagem.
Pois é, tal como acontece com os heróis dos
quadradinhos, da TV e do cinema, apesar dos anos passarem – completam-se este
ano 59 sobre a estreia de Michel Vaillant nas tais tiras francesas – o prodígio
do volante não os sente na pele, pelo
menos na totalidade, se bem que agora destroçado com o iminente fim da
Vaillante, a marca da família e do seu coração, mas principalmente com o delicado
processo de saúde que atravessa ao irmão Jean-Pierre.
Este recente regresso da saga Michel Vaillant está a
cargo de um póquer composto por Phillipe Graton (filho do autor original) como argumentista,
a meias com Denis Lapiére, enquanto os desenhos – que se mantêm o mais fieis
possível com o traço original – estão a cargo de Benjamin Benéteau (personagens) e Marc Bourgne (decoração das viaturas). São deles os
álbuns desta nova geração, sob os títulos de “Em Nome do Filho”, “Voltagem”,
“Ligação Perigosa” (todos lançados
por cá em 2014) e “O Colapso” (em
2015). Segue-se agora o título “Renaissance”
que as Edições ASA - via a sua subsidiária LeYa - se preparam para lançar no nosso país. Será em Setembro e o preço de capa deverá rondar os 15,50 euros.
Lançamento mundial
de “Renaissance” foi a 17 de Junho
“Então e se
eu quiser já um exemplar?” – pode
perguntar-se! Bom, se assim for, pode encomendá-lo pela net ou então dar um saltinho até França, ao DS World Paris, no nº 33 da rue François 1er, em pleno coração
do denominado Triângulo de Ouro parisiense!
É ali que está patente a exposição
inédita sob o título de “DS &
Vaillante, Duas Marcas Francesas”, onde se revelam os laços que unem estas
duas marcas há cerca de 60 anos. Pode ali adquirir a versão em francês do livro.
Uma visita que
poderá fazer até ao dia 3 de Setembro próximo, a um espaço único
que dar-lhe-á uma ideia sobre a rica história deste personagem e dos seus pais, bem como sobre a criação deste novo
75º álbum de aventuras, das Éditions Dupuis.
Entre muitos elementos ali expostos, da vida e obra de pai e filho Graton e de
Michel Vaillant, poderá também ver um DS histórico, modelo que faz eco da
estreia do piloto francês em competição, e o DSV-01, o monolugar 100% eléctrico
que a equipa DS Virgin Racing inscreve no Campeonato FIA de Fórmula E. Trata-se
de uma série de corridas reservada, em exclusivo, a modelos – parecem
monolugares de Fórmula 1 futuristas, equipados com motores eléctricos – uma viatura
com que o nosso herói dos quadradinhos estará em competição durante o ePrix de
Paris de 2016, evento relatado neste novo livro.
Para Philippe
Graton, herdeiro e actual ilustrador da saga, “esta exposição entre a marca real e a marca fictícia é inédita, tendo
laços impressionantes. A DS e a Vaillante são contemporâneas, partilham a
audácia e a elegância do design, inovações tecnológicas e ‘savoir-faire’
francês”.
Acrescente-se
que Michel Vaillant também passou para a TV, numa série francesa de 13
episódios denominada “Aventures de Michel
Vaillant”, na cadeia de televisão ORTF, chegando depois, em 2003, ao
cinema, numa adaptação cinematográfica de Luc Besson. Veja aqui o trailer de “Michel Vaillant”:
Para além dos portais acima, poderá consultar mais informações no Facebook de Michel Vaillant, ou no Facebook do DS World Paris.
Posto isto, sugiro que vá de férias ou fim-de-semana até à capital francesa. Agora que acabou a loucura do Euro 2016 será, decerto, um passeio muito mais calmo e agradável! Boa viagem se for o caso e boas
férias para quem já as estiver a gozar!
Cumprimentos
distribuídos irmãmente e até breve!
José
Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas,
decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades
respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.
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