São
cada vez mais as marcas de automóveis associadas a fabricantes de bicicletas,
lançando para o mercado modelos de duas rodas com os símbolos normalmente
vistos em propostas com quatro. Na maioria dos casos são meras colaborações,
pois não podendo/querendo produzir esses conceitos de duas rodas em instalações próprias, deixam esse trabalho a cargo
dos especialistas, esperando, com isso, tirar partido dessa associação, não só em imagem como principalmente em
vendas.
Não é segredo - pode apenas não ser do conhecimento comum- que este
mundo das bicicletas começou a ser desbravado por alguns construtores que hoje apenas
conhecemos como de automóveis, destacando-se, por essa altura, dois nomes, que começaram a
fazer bicicletas muito antes de se lançarem no negócio das quatro rodas: a Peugeot, pioneira do conceito em 1882, projecto que tem sabido manter até aos dias de hoje, através da sua divisão Cycles
Peugeot, e a Opel, que arrancou
para esta aventura das duas rodas em 1886, mas deixando cair o negócio em 1940.
Feito
o introito, avancemos para as propostas de Prendas de Natal do Trendy Wheels, com umas versões mais
acessíveis ao comum dos mortais e outras que… nem assim tanto!
Nem só de automóveis vive a Peugeot
Collection, Legend,
Allure, RS
e Peugeot Pro, mais as recentes
propostas de mobilidade urbana – a trotinete e-Kick e a e-Bike eF01, dois exemplares eléctricos que vos mostrei em Maio (relembrar aqui)
– são as actuais referências de um extenso catálogo da Cycles Peugeot, conjunto que em nada envergonha a oferta da marca de
Sochaux no sector automóvel.
Imagens: Cycles Peugeot |
O
leque de preços é, por isso, muito abrangente, contemplando bicicletas
convencionais de estrada e/ou de montanha para crianças (dos € 109 aos € 259) ou
homem e senhora (de € 299 a € 2899). Já os valores para as bicicletas com
assistência eléctrica iniciam-se nos € 599, prolongando-se até aos mais ou
menos alcançáveis € 4.599. Todos os exemplares podem ser vistos aqui.
Da besta a outras bastante menos
Segue-se
uma novidade recente, a ROTWILD R.S2
Limited-Edition “Beast of the Green Hell”,
bicicleta de competição inspirada no Mercedes-AMG GT R e concebida para as
comemorações do aniversário da AMG
Mercedes-Benz.
Imagens: AMG Mercedes-Benz/ROTWILD |
Para a comprar há que dispender um valor muito específico: € 7.109! O não arredondamento é propositado, pois pretendeu-se reflectir os 7 minutos e 10,9 segundos que este superdesportivo precisou
para completar os 22,8 km do lendário circuito alemão de Nürburgring-Nordschleife,
pista também conhecida como “Green Hell”, fazendo-o a uma velocidade média de 190,48 km/h.
Ah sim, é uma edição limitada a 50 exemplares, pelo que despache-se se a sua carteira
o puder contemplar! Informações e encomendas aqui.
Dos
vizinhos da BMW há propostas para
todas as idades, da BMW Kid’s Bike a
partir dos € 275 à colecção “Cruise”,
que começa nos € 450 da variante BMW
Junior Bike aos € 1.200 da BMW M Cruise Bike, à imagem
da variante “M”, de cunho mais desportivo, numa ponte feita aos automóveis mais
vitaminados da marca alemã. Mais informações aqui.
Imagens: Porsche |
Igualmente
alemã é a Porsche, que tem 3
exemplares no seu catálogo mais recente, podendo ser encomendados a partir do
portal espanhol, pois o importador nacional não os contempla. A mais simples Porsche Bike custa € 2.695, a
intermédia Porsche Bike RX quase o
dobro (€ 4.982) e a de topo Porsche Bike
RS uns bem mais impressionantes € 6.609, fruto dos materiais, como o quadro
em carbono, o selector de 22 velocidades e os detalhes em Laranja Lava, o tom do superdesportivo 911 GT3 RS, modelo que por
cá custa uns não menos assustadores €
205.024. Mais detalhes aqui.
Italianas estratosféricas
Em
Itália uma das mais recentes referências é a Bianchi SF01 for Scuderia Ferrari, nascida da colaboração entre a
especialista Bianchi e a Ferrari, via a sua área de competição. Tem quadro em
carbono, a exclusiva tecnologia
Countervail Vibration Cancelling, que
elimina cerca de 80% das irregularidades do piso, selim Ferrari, carretos
Campagnolo, jantes Fulcrum e pneus específicos Pirelli PZero Velo!
Imagens: Bianchi/Ferrari |
Uma vez chegada ao mercado – diz-se que a preços na ordem dos € 15.000 – estará disponível em duas variantes: Super Record EPS 11V, no vermelho Rosso Corse com detalhes em preto, e Dura Ace 11 SP, na cor Nero Setoso, aqui com uma inversão de cores. Na calha está também uma variante para triatlo – a Triathlon Concept – até agora apenas mostrada numa estrutura em acrílico. Mais detalhes aqui.
Já
a PG Bugatti Bike surge, como o nome
indica, da junção de esforços da também italiana Bugatti com os especialistas alemães da PG, contando ainda com um forte contributo da Merelli. Claro que carbono
(95%) e tecnologia são parte do
léxico desta peso-pluma de apenas 5 quilinhos,
que reclama para si o título de “a mais
leve bicicleta citadina do mundo”.
Serão
fabricadas apenas 667 unidades e quem tiver um Bugatti Chiron – menino que custa cerca de 2,6 milhões de
euros (parece que há um na garagem do Cristiano Ronaldo…) – pode personalizá-la
à imagem do seu bólide. Mais informações aqui mas não há preço público.
Imagens: Bugatti/PG |
Um bocadinho de história
Foi
em meados do Século XIX que se começaram a ver nas ruas, a par com carruagens
ainda puxadas por cavalos, bicicletas no formato que hoje conhecemos – quadro
com duas rodas de idêntico diâmetro, pedais e corrente – tornando-se na
tecnologia de ponta de muitas deslocações. Para além de permitir cobrir
distâncias antes só feitas a cavalo, era um veículo de fácil manutenção, pois não
era necessário alimentá-lo. Bastava algum óleo na corrente, algum cuidado com
as restantes partes mecânicas e quadro, ar nas rodas et voilá!
Imagens: Peugeot |
Pioneira
nessa aventura, a Cycles Peugeot iniciou uma história de já mais de 135 anos, presentemente
acompanhada pela parceira Cycleurope, a quem a marca francesa cedeu os direitos
de produção, mantendo a aposta na inovação e na imagem.
Desde
que criou o negócio das duas rodas, em 1882, Jean Pequignot Peugeot nunca viu o
seu sonho e depois projecto interrompido, isto apesar da chegada do automóvel, à
passagem de duas Guerras Mundiais e da quebra de interesse no conceito vivido
na década de 50 do século passado. Até soma sucessos nas grandes provas internacionais,
incluindo 10 vitórias no seu amado “Tour
de France” – a primeira em 1905 e a 10ª em 1977 – um recorde que ainda hoje perdura!
Então…
e a Opel? Bem, parece que a aposta de terminar com o negócio das duas rodas se
traduziu num autêntico tiro nos pés, após um período em que a marca alemã até detinha
o estatuto de maior fabricante de bicicletas do mundo, contando ainda com um
invejável curriculum nas grandes
provas de ciclismo internacional! Porquê? A explicar numa próxima edição.
Cumprimentos
distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas,
decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades
respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.
Sem comentários:
Enviar um comentário