“Ao volante o
telefone pode matar”
é o título da mais recente campanha de sensibilização francesa para com o uso indevido
do telemóvel enquanto se conduz. É-o por terras de França, mas podia ser noutro
país qualquer… como Portugal!
É
certo que a grande maioria dos automóveis novos já permitem que se emparelhem
os smartphones com os seus
equipamentos de info-entretenimento, processo que espelha, com variáveis graus de
capacidade, os ecrãs dos ditos cujos nos tablets
colocados nas consolas centrais, facilitando o acesso a um conjunto de tarefas
que os mais cépticos ainda continuam a ver como dispensáveis, pelo menos
enquanto os carros estiverem em andamento e, principalmente, se feitas pelos
condutores. Mas há outra questão, pois também é verdade que muitos ainda conduzem
automóveis sem essas soluções tecnológicas, pelo que é ainda demasiado recorrente
a prática do volante numa mão e o telefone na outra. E isso tem um custo, quase
sempre demasiado elevado, nomeadamente quando envolve vidas humanas!
Ler
ou escrever uma mensagem, de um simples SMS
a outra numa qualquer app de
conversação, ou mesmo aceder àquele e-mail
que esperávamos com impaciência e que, finalmente, acabou de cair na nossa
caixa de correio, alertado pelo tlin,
plip, toc & afins é algo que pode ter um desfecho catastrófico, se
feito ao volante, tal como o é postar ou partilhar uma imagem ou estado de alma
numa qualquer rede social. Estudos demonstram que esses rápidos desvios de olhar demoram, no mínimo, 5 loooooooooooongos segundos, o que equivale 70 metros cobertos pelo carro
nessa desatenção para com a estrada, se feita a uma velocidade de 50 km/h em
meio urbano, ou a quase 170 metros em auto-estrada, circulando a 120 km/h. Isto
supondo que os limites de velocidade são cumpridos, o que também nem sempre
acontece, o que aumenta exponencialmente as distâncias em que as atenções não estão
centradas no vidro correcto!
Equiparando-se
já às estatísticas do álcool e do excesso de velocidade e consciente do
significativo incremento desses acidentes – e suas consequências – derivados do
crescente (ab)uso dos nossos inseparáveis aparelhos, para muitos quase
extensões tecnológicas de corpos e mentes, a francesa Sécurité Routière encomendou
à agência La Chose uma campanha que tivesse um elevado impacto visual. É algo que se traduz, de
imediato, nas imagens que ilustram esta edição Trendy
Wheels, nelas retratando-se brutalmente a morte com a simples pressão de um
comando, do esborrachar de um peão numa passadeira, ao atropelamento de um ciclista
numa qualquer via ou mesmo um violento impacto contra outro automóvel.
Uma app “Modo
Condução”
A
suportar esta campanha baseada no hashtag
#TousTouchés, em especial esta
realidade do uso dos telemóveis ao volante, a responsável rodoviária gaulesa
desenvolveu uma app específica para
quando um utilizador se senta ao volante.
Imagens: Sécurité Routière |
Semelhante
ao “Modo Avião” que somos obrigados a
activar sempre que viajamos, o utilizador activa o “Modo Condução”, função que desactiva os alertas de recepção de
chamadas e SMS, mas registando-as para
posterior consulta uma vez chegado ao destino. Em simultâneo é enviada uma
mensagem automática a quem o tentou contactar, informando-o de que a pessoa
está a conduzir e não pode atender/ responder. Simples mas para já apenas disponível
na plataforma Google Play.
Cumprimentos
distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes
da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades
respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.
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