quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Tlim, plip, toc toc toc… CRASH!!!

“Ao volante o telefone pode matar” é o título da mais recente campanha de sensibilização francesa para com o uso indevido do telemóvel enquanto se conduz. É-o por terras de França, mas podia ser noutro país qualquer… como Portugal!

É certo que a grande maioria dos automóveis novos já permitem que se emparelhem os smartphones com os seus equipamentos de info-entretenimento, processo que espelha, com variáveis graus de capacidade, os ecrãs dos ditos cujos nos tablets colocados nas consolas centrais, facilitando o acesso a um conjunto de tarefas que os mais cépticos ainda continuam a ver como dispensáveis, pelo menos enquanto os carros estiverem em andamento e, principalmente, se feitas pelos condutores. Mas há outra questão, pois também é verdade que muitos ainda conduzem automóveis sem essas soluções tecnológicas, pelo que é ainda demasiado recorrente a prática do volante numa mão e o telefone na outra. E isso tem um custo, quase sempre demasiado elevado, nomeadamente quando envolve vidas humanas!
Ler ou escrever uma mensagem, de um simples SMS a outra numa qualquer app de conversação, ou mesmo aceder àquele e-mail que esperávamos com impaciência e que, finalmente, acabou de cair na nossa caixa de correio, alertado pelo tlin, plip, toc & afins é algo que pode ter um desfecho catastrófico, se feito ao volante, tal como o é postar ou partilhar uma imagem ou estado de alma numa qualquer rede social. Estudos demonstram que esses rápidos desvios de olhar demoram, no mínimo, 5 loooooooooooongos segundos, o que equivale 70 metros cobertos pelo carro nessa desatenção para com a estrada, se feita a uma velocidade de 50 km/h em meio urbano, ou a quase 170 metros em auto-estrada, circulando a 120 km/h. Isto supondo que os limites de velocidade são cumpridos, o que também nem sempre acontece, o que aumenta exponencialmente as distâncias em que as atenções não estão centradas no vidro correcto!

Equiparando-se já às estatísticas do álcool e do excesso de velocidade e consciente do significativo incremento desses acidentes – e suas consequências – derivados do crescente (ab)uso dos nossos inseparáveis aparelhos, para muitos quase extensões tecnológicas de corpos e mentes, a francesa Sécurité Routière encomendou à agência La Chose uma campanha que tivesse um elevado impacto visual. É algo que se traduz, de imediato, nas imagens que ilustram esta edição Trendy Wheels, nelas retratando-se brutalmente a morte com a simples pressão de um comando, do esborrachar de um peão numa passadeira, ao atropelamento de um ciclista numa qualquer via ou mesmo um violento impacto contra outro automóvel. 

Uma app “Modo Condução”
A suportar esta campanha baseada no hashtag #TousTouchés, em especial esta realidade do uso dos telemóveis ao volante, a responsável rodoviária gaulesa desenvolveu uma app específica para quando um utilizador se senta ao volante.
Imagens: Sécurité Routière

Semelhante ao “Modo Avião” que somos obrigados a activar sempre que viajamos, o utilizador activa o “Modo Condução”, função que desactiva os alertas de recepção de chamadas e SMS, mas registando-as para posterior consulta uma vez chegado ao destino. Em simultâneo é enviada uma mensagem automática a quem o tentou contactar, informando-o de que a pessoa está a conduzir e não pode atender/ responder. Simples mas para já apenas disponível na plataforma Google Play.
Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

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