Por
variadas razões e apesar da sua presença nos mais variados domínios do nosso
quotidiano, a electricidade tem demorado muito mais do que o suposto a solidificar-se
nos veículos que conduzimos. Isto apesar das suas bases terem surgido nos anos
30 do Século XIX, sendo que só agora, em pleno Século XXI, as ofertas se começam
a generalizar nos diferentes mercados de 2, 3 e 4 rodas!
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Voltemos
um pouquinho atrás no tempo! Segundo os canhanhos
da história, as coisas começaram a dar
choque algures entre 1832 e 1839 com um heterogéneo grupo de supostos “pais da criança”, não havendo uma
certeza absoluta de quem foi verdadeiramente o primeiro: o escocês Robert Anderson, o holandês Professor Sibrandus Stratingh e seu
assistente Christopher Becker, ou o
húngaro Ányos Jedlik , todos criaram veículos movidos a electricidade. Seguiram-se
vários outros, entre americanos, franceses e ingleses, e muitos passos foram
dados nos primeiros 50 anos da aplicação de baterias eléctricas a carruagens e automóveis,
até 1899, ano em que surge o "La Jamais
Contente", um carro de corrida eléctrico concebido pelo belga Camille Jénatzy que até estabeleceu um
novo recorde mundial de velocidade terrestre, com a estonteante velocidade de 68
km/h… imagine-se!
Outros
avanços deram-se nos anos seguintes, surgindo em Nova Iorque uma frota de táxis
eléctricos e as invenções da empresa norte-americana Frederik R. Wood & Sons, como o 1902 Wood Phaeton, uma
carruagem eléctrica com uma autonomia de 29 km e velocidade máxima de 23 km/h, um
ano depois de um tal de Ferdinand
Porsche mostrar ao mundo uma proposta híbrida, com um motor de combustão
interna e outro eléctrico, o Lohner-Porsche Mixte, ano em que Thomas Edison começou a trabalhar em
baterias mais duradouras.
Hummmm…!!!
Nesta altura poder-se-á perguntar: “Então
isso não é o que tem surgido ultimamente? O que é que aconteceu neste
interregno de tempo?” Pois… as respostas são relativamente simples, assentando, na sua génese, na descoberta de petróleo no Estado do Texas (EUA) e noutros buracos do planeta, processo depois associado
ao poder dos lobbies, face aos chorudos
lucros do ouro negro, para que a electricidade não vingasse. Junte-se
o desenvolvimento das redes viárias, estradas de maior extensão que os eléctricos
da altura não conseguiam percorrer com uma carga (tinham pouco mais do que autonomias urbanas), a invenção do motor de arranque por Charles Kettering (em 1912), acabando com o reinado da manivela, e o arranque da produção em
massa de automóveis com motores de combustão, iniciada por Henry Ford (em 1913), tornando-os muito mais baratos para o comum cidadão – um
destes custava menos de metade de um eléctrico – e os ingredientes eram mais
do que suficientes para anestesiar a
electricidade no automóvel, até praticamente os tornarem extintos, por volta de
1935.
Só no final do Século XX, com o crescendo das preocupações ambientais, nomeadamente para com os gases com efeito de estufa, oriundos dos diferentes veículos e das fábricas que os produziam – entre outras origens – e as baterias de electricidade viam-se despertadas desse sono profundo, regressando às mesas de discussão, em soluções de modo puro, híbrido ou plug-in, uma vez mais associados a um motor a gasolina (na maioria dos casos) ou diesel, dotados gradualmente de tecnologias mais avançadas para a redução dos gases poluentes.
Os exemplos entretanto surgidos são mais que muitos, entre os que apostaram directamente nesta solução, ou os que redireccionaram, em doses variáveis, as suas estratégias e planos de marketing, rumo a um futuro eléctrico. Este é, por isso, um mais um tema a necessitar de algum desenvolvimento extra, esmiuçando-se mais um pouco esta fantástica descoberta de Thales de Mileto filósofo, astrónomo e
matemático grego que viveu na Grécia Antiga, entre os anos de 634 a 548 a.C. Foi ele quem testemunhou aquela que foi a primeira manifestação de electricidade estática da
história, após esfregar um pedaço de âmbar numa pele de carneiro. Daí para cá
passaram... dois milénios e meio!!! Surpreendente, não?!
Cumprimentos
distribuídos irmãmente e até breve!
Imagens: Wikipedia Commons |
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas,
decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades
respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.
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