Atravessar
as grandes urbes é, muitas vezes, um autêntico suplício, nomeadamente nas horas
de ponta e nas zonas mais culturais ou mais in.
Entrar e sair das ditas, dar voltas e mais voltas, em busca de um lugar de
estacionamento o mais perto possível do destino, implica o gasto de algumas centenas
de euros em combustível e nos parques/lugares, já para não falar do desgaste do
veículo, dos seguros associados e, naturalmente, do substancial investimento inicial
no dito automóvel, seja ele usado ou novo (dependendo do orçamento de cada um é
sempre uma talhada importante).
Tendo
como exemplo Lisboa – eu sei… é sempre a capital e parece que o resto do país é
paisagem, mas não é, descansem @s leitores que isto tem uma razão de ser, que
explico já já a seguir – estima-se que cerca de 400.000 carros ali circulem por
dia, todos os dias, entre os que entram/saem e os que já lá estão, dos
moradores. Na sua grande maioria têm um único ocupante que, com aquela rotina
associada e rumando ao trabalho ou aos locais de lazer, concorre ao tal raríssimo
lugarzinho vazio.
Para
tentar minimizar essa invasão, há zonas de circulação restrita, outras reservadas
a moradores – que, quando não tendo o dístico respectivo, passam as passinhas
do Algarve para chegar a casa – ou segundo a antiguidade dos veículos em
circulação, impedindo-se o acesso a determinados pontos aos mais poluentes. Tentam-se,
assim e, na minha opinião, sem um sucesso assinalável, atenuar a escalada do
acumular de trânsito e na inerente degradação da qualidade de vida e do ar das
cidades.
“A beleza das
cidades está diluída no tráfego, pelo que há que libertar a cidade dos carros,” alertou Sebastian
Hofelich, CEO da DriveNow, a mais
recente plataforma no domínio da mobilidade urbana para Lisboa – eis a tal razão – aquando do seu lançamento
oficial na passada 3ªF (dia 12) no SUD Lisboa, junto ao Tejo, em Belém. O Trendy Wheels esteve lá e ouviu as
promessas e expectativas dos responsáveis por esta nova divisão da Brisa, a quem
esta joint-venture alemã atribuiu a
exploração do franchise no nosso país.
“Há que contribuir
para a criação de mais espaço, entre zonas verdes e espaços de lazer,
libertando a cidade dos carros,” acrescentou aquele responsável, numa
mensagem depois reforçada por João Oliveira, Director Geral da DriveNow Lisboa, ao afirmar que “se trata de um projecto com
tecnologia alemã e alma portuguesa, que desde o seu anúncio, no início do Verão, já atraiu mais de 70.000 registos nacionais”.
Assenta
no conceito do veículo partilhado, em que o cliente chega à viatura onde esta estiver,
usa-a conforme lhe dá jeito e devolve-a onde quiser (dentro de perímetros
definidos na cidade), integrando seguro, combustível e estacionamento. Funciona
através de uma app que, após registo,
permite a reserva e posterior desbloqueio das viaturas, uma vez recebido o OK e
recorrendo-se a um código para utilização das ditas.
Em
termos de custos de utilização, o pacote da DriveNow inicia-se nos 29 cêntimos
por minuto, valor de campanha a aplicar a toda a frota
até ao dia 12 de Outubro (detalhe aqui). Depois disso os custos de utilização irão variar
segundo o modelo escolhido (de 29 cent/min para um Mini Cooper de 3 portas, um
Mini de 4 portas ou a carrinha Mini Clubman; 31 cent/min para o BMW Série 1; e 34
cent/min para o BMW i3, a coqueluche eléctrica da marca alemã). Nesta fase de lançamento também o custo do registo é grátis, cobrando-se €
10 a partir do dia 24 de Setembro, aqui incluindo um bónus de 30 minutos de
utilização, numa oferta válida por 1 mês).
Para
os moradores da capital, que estacionam a sua viatura perto de casa, alguns
deles em zonas onde encontrar um lugar é uma autêntica lotaria, esta pode ser
uma solução simples e pouco dispendiosa de alternativa aos transportes públicos. Já para quem vem de fora, chegar à cidade de comboio ou autocarro é relativamente fácil, caindo-se dentro
dos limites de actuação deste operador, mas já
o uso do carro até aos limites da dita obriga, na maior parte dos casos, a deixá-lo
em zonas tarifadas, sendo cada vez mais raras as opções não
pagas, acabando-se por trazê-los lá para dentro, quando não é esse o objectivo. Quanto aos que, definitivamente, não abdicam dos seus carros… pois… há que
esperar uma mudança na mentalidade.
Como
diz o outro, há que experimentar para conhecer, quanto mais não seja para se ter
uma ideia mais real do custo associado. Face ao Metro, a mais rápida ligação entre
2 pontos, o carsharing é definitivamente muito mais
agradável, permitindo-se ver e viver a cidade por dentro, algo impossível de se
fazer nos subterrâneos, mesmo com a beleza e detalhe de algumas das nossas
estações e átrios. Face aos operadores tradicionais com condutor – tipo Táxi, Cabify,
Über & afins – tem a vantagem adicional de sermos nós próprios a conduzir, ideal para
quem goste de estar ao volante.
Como
eu, se bem que para o bem e para o mal, pertença ao grupo de privilegiados que
trabalha (quase) ao pé de casa e fora da capital, pelo que só me vejo nesses caldinhos aquando de reuniões ou momentos
de lazer. E então eu que – como diz um amigo – “dou 20 voltas como o cão” em busca de “um lugar grande e alcatifado, de preferência arranjadinho”, pois
detesto estacionar em qualquer buraco
que me apareça! De qualquer modo, o Trendy
Wheels irá testar o serviço em breve.
Quando o 13 não é
número de azar
A
DriveNow é uma joint-venture do BMW Group e da Sixt SE no domínio do carsharing, operando em Portugal em
regime de franchise com a Brisa, que
aproveita as plataformas e parcerias que tem, nomeadamente nos campos do
estacionamento e do abastecimento de combustíveis.
Vasco
de Mello, CEO do Grupo Brisa, explica que “A
Brisa tem uma visão clara do futuro da mobilidade nas cidades, baseado em
modelos colaborativos, multimodais e de partilha. O ecossistema Via Verde é a
materialização deste novo posicionamento estratégico como operador premium de
mobilidade. Por esta razão, escolhemos a DriveNow como parceiro para o
desenvolvimento de uma solução premium de carsharing para Lisboa.”
Originalmente criado em 2011, o conceito conta já com mais de um milhão de clientes registados e 5.900 veículos em circulação (15% deles eléctricos) em Munique, Berlim, Hamburgo, Düsseldorf, Colónia, Viena, Bruxelas, Milão, Estocolmo, Helsínquia e Londres, para além de Copenhaga que recorre a uma frota 100% eléctrica. Lisboa é, por isso, a 13ª e mais recente cidade a aderir ao projecto, contando-se já em mais de 70.000 os utilizadores registados na app lusa, que poderão usar uma frota de 211 veículos, disponíveis para encontrar/usar/largar nos cerca de 48 km2 de área de actuação na capital. Isto para já, pois está em estudo o alargamento desse perímetro.
Igualmente inquiridos sobre o potencial alargamento do projecto a outras cidades, a resposta do gabinete de comunicação referiu que “neste momento está tudo em aberto. Nenhuma outra cidade está descartada.” Aguardemos, com a expectativa em alta, que o negócio comece a dar frutos, pois a abrangência nacional da sua parceira Brisa decerto ajudará no processo!
Originalmente criado em 2011, o conceito conta já com mais de um milhão de clientes registados e 5.900 veículos em circulação (15% deles eléctricos) em Munique, Berlim, Hamburgo, Düsseldorf, Colónia, Viena, Bruxelas, Milão, Estocolmo, Helsínquia e Londres, para além de Copenhaga que recorre a uma frota 100% eléctrica. Lisboa é, por isso, a 13ª e mais recente cidade a aderir ao projecto, contando-se já em mais de 70.000 os utilizadores registados na app lusa, que poderão usar uma frota de 211 veículos, disponíveis para encontrar/usar/largar nos cerca de 48 km2 de área de actuação na capital. Isto para já, pois está em estudo o alargamento desse perímetro.
Igualmente inquiridos sobre o potencial alargamento do projecto a outras cidades, a resposta do gabinete de comunicação referiu que “neste momento está tudo em aberto. Nenhuma outra cidade está descartada.” Aguardemos, com a expectativa em alta, que o negócio comece a dar frutos, pois a abrangência nacional da sua parceira Brisa decerto ajudará no processo!
Um rico filão por
explorar
Tal
como em tudo o que é novidade, o mercado da partilha de veículos é ainda um
filão acabadinho de ser encontrado, em que o ouro ainda é suficientemente vasto para ser explorado por estes garimpeiros sobre rodas, tornando-se
rentável assim se façam os trabalhos de casa em condições.
Não
foi o caso da entretanto suspensa plataforma Mob Carsharing que, lançada em 2008, não conseguiu vingar… por
falta de procura! Mas o potencial de negócio continuou a existir, tendo entretanto
surgido novos operadores entre nós, como a Citydrive ou a 24/7City by Hertz, que têm sabido rentabilizar o
negócio, a que agora se junta a DriveNow! No domínio do motosharing há, para já, um explorador, a eCooltra,
que aposta na vertente ecológica através de 170 scooters 100% eléctricas, operando sobre uma plataforma tecnológica
made in Portugal. Interessante!
É
um boom que não acaba por aqui, pois até
é crescente o interesse das próprias marcas de automóveis na diversificação do
seu negócio, evoluindo da tradicional venda de veículos. Exemplos são vários
para além da parceria acima ou a associação Daimler/Europcar com o Car2Go, pois a
Skoda na senda do lançamento do seu novo Fabia, colocou algumas unidades a
circular na frota da Citydrive, ou a
Citroën que, em Berlim, tem os urbanos e eléctricos C-Zero disponíveis através
do seu próprio operador, a Multicity.
Não muito longe e fruto de parcerias com diversos operadores, de diferentes países
(Portugal ainda não), os franceses do Grupo PSA – dona das marcas Citroën, Peugeot, DS e, mais recentemente, da Opel
e da Vauxhall – lançaram a marca Free2Move, que já opera em Madrid…
Será
que, finalmente, vamos começar realmente a usufruir das alternativas de
mobilidade, deixando o nosso carrinho/moto em casa só para as deslocações onde
estas soluções não existam? Ou, então, quando viajarmos para qualquer cidade
europeia, numa interessante alternativa aos veículos de aluguer tradicional.
Fica o desafio!
Cumprimentos
distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas,
decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.
Muito bom texto . Identifica e expõe na perfeição o serviço que o Drivecar disponibiliza aos seus consumidores!
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