sexta-feira, 22 de julho de 2016

'Surf Spots' Em Pães De Forma

Surf, a arte de deslizar sobre as ondas é disputada entre vários povos de inúmeras ilhas do Oceano Pacífico, que em temos remotos – há quem fale em milhares de anos – começaram por ir de uma até outra, amiúde em pé, em canoas ou tábuas, por vezes com recurso a longos remos (a origem do sucesso que é o actuial paddle???). Do Perú à Polinésia, de Samoa, às Filipinas e Indonésia, os historiadores não se conseguem decidir da sua verdadeira origem e há quanto tempo. Os relatos mais fiáveis surgem a partir da altura em que os europeus, na sua conquista dos quatro cantos do mundo, se atravessaram com estranhos locais que surgiam em pé em cima de longas tábuas de madeira.


Diz-se que foi um monarca polinésio – de seu nome Tahito - quem, algures no Século XVI, primeiro impulsionou esta arte de dominar o corpo em cima de uma prancha, mas seria depois com o havaiano Duke Paoa Kahanamoku, no início do Século XX, que a modalidade cresceria e se consolidava, evoluindo não só nas manobras possíveis em cima das ondas, como no interior de tubos de dimensões variáveis, dos pontos mais flat para os iniciados, até às grandes waves mundiais, de que a Praia do Norte (na Nazaré) se tornou famosa. Por falar em Portugal, por cá as dúvidas também existem, assumindo-se que foi em Carcavelos que, em meados dos anos 40, se terão dado os primeiros passos, consolidando-se no final dos anos 60 com Pedro Lima, considerado como o Pai do surf português.

Agora visto como paraíso do surf, dados os crescentes spots nacionais – Espinho, Figueira da Foz, Nazaré, Peniche, Ericeira, Carcavelos, Arrifana, Amado, Sagres e Paúl do Mar (Madeira) são alguns exemplos - praticantes amadores e profissionais de todo o mundo visitam-nos cada vez mais, para a arte do “he'enalu”, expressão que em Havaiano Antigo significa a passagem de estado sólido para um líquido (“he'e”), associado ao movimento de uma onda (“nalu”).

Então e como ir até um desses spots de sonho? Por vezes há tanto para transportar e o boguinhas lá de casa não chega, mais a mais porque o ideal, porque o tempo assim o convida, seria dormir-se ao relento, estendendo-se essa comunhão com a natureza! A proposta de hoje do Trendy Wheels passa por ir com as VW “Pão de Forma” – recuperadas e adaptadas – que a SurfinPortugal, uma startup criada no final de 2012, e que as aluga a partir de 75 euros por dia.

São elas - têm todas nome de mulher - a Stacey, de cor vermelha e a mais antiga (é de 1960), a cor-de-rosa Megan, a laranja Dorothy, a azulinha Eleanor ou a verde clara Veronica, para além da amarela Madeline. As suas histórias estão documentadas no site da empresa, havendo origens tão diversificadas como a Alemanha, a Irlanda, os EUA ou o Canadá, tendo no seu vasto passado lidado com actividades tão diversas como o transporte de passageiros, de leite e de uma família hippie, sendo uma banca de jornais e de bebidas na praia, uma ajudante de agricultura, uma foodtruck ou no transporte de ovelhas. Agora todas têm comum o surf!

Imagens: SurfinPortugal (oficiais)
Joel Almeida e Silva, Sócio da SurfinPortugal, refere que “a SurfinPortugal vai mais além do mero aluguer das carrinhas, pretendendo oferecer uma experiência única e diferenciadora a cada cliente, que entre outras coisas terá à sua disponibilidade a figura do ‘Surf Guide’, que o aconselhará sobre o melhor local para surfar, na aquisição de equipamento, poderá acompanhá-lo dentro de água, entre outras coisas. Para além disso, cada ‘Pão de Forma’ tem uma cor e um nome próprio e a ideia é precisamente esta, a de personalizar ao máximo aquilo que estamos a oferecer”.

  

Nada do essencial falta a bordo para uns dias/noites descontraídos, desde uma geleira, ao lava-loiça e fogão, integrados numa cozinha, um kit WC com chuveiro de campismo. Tem cama para 2 e uma tenda extensível, um rádio retro (mas com entradas USB e AUX), um iPhone com internet e uma app específica “Spot Guide & Surf”, não faltando espaços de arrumação, 2 mantas, 1 mesa de piquenique e 2 cadeiras, para além de uma tomada de 220v e uma lanterna. Há ainda hipótese de alugar itens adicionais como fatos e pranchas de surf (se não tiver, se se esquecer ou não puder levar os seus), toalhas de praia, corta-vento, pára-sol, cadeiras de bebé, roupa de cama, e até um kit de snorkeling, no caso de pretender explorar o fundo do mar, aconselhando-se aqui zonas menos agrestes! 



Vá... do que é que está à espera??? Pegue na prancha, uns calções e chinelos, junte um grupo fixe de amigos e toca a explorar a costa portuguesa. Quem sabe não encontra a onda da sua vida!

Cumprimentos distribuídos irmãmente e até breve!

José Pinheiro

Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.

Sem comentários:

Enviar um comentário