Há
muito que o pessoal canta em todo o lado, mesmo que não o admita: em casa, no
duche e, especialmente, no carro, nos trajectos diários, sintonizando as
estações preferidas – cada vez mais encharcadas
de repetitiva publicidade – ou ouvindo os hits
preferidos, a partir dos mais diversos dispositivos.
A
plenos pulmões, demonstrando os dotes vocais, ou apenas trauteando as ditas, em
especial se não nasceu para a coisa,
não há quem não o faça, em especial a partir da altura em que o norte-americano
James Corden popularizou o “Carpool Karaoke” no seu programa de TV,
berrando a plenos pulmões na companhia dos seus ilustres convidados. Por cá é
claro que se copiou o conceito, nos mais estapafúrdios programas de TV, em que
se tenta ser engraçado mas caindo-se, várias vezes, em desgraça, e até ao nível
individual, com muitos a partilharem, com indisfarçável orgulho, os seus dotes
vocais nas redes sociais.
De
acordo com os especialistas – ele há gente iluminada em todo o lado – as
improvisadas sessões de karaoke ao
volante encerram “uma série de
benefícios para a saúde, sendo que a maioria se sente especialmente à vontade
quando não há ninguém à volta, ao mesmo tempo que contam com o sistema de som
do carro que fornece o necessário apoio”. Nada mais verdadeiro, por isso ‘bora aproveitar o que os novos
modelos trazem consigo.
Se
no tempo dos afonsinhos os nossos carros começaram por trazer um simples rádio,
que dividia o som AM com a imensa estática – foi Paul Galvin quem, em 1930, colocou
o primeiro rádio, um Motorola 5T71, num automóvel – depois surgiram os
primeiros auto-rádios, como o Blaupunkt
Autosuper, já em sistema FM e menos
interferências. Aqueles evoluíram em conjunto com os extras, quando Earl "Madman" Muntz introduziu nos seus carros os cartuchos de fita (1962),
volumosos antecessores das mais pequenas cassetes da Phillips (1963), empresa que lançaria depois
(1982), a meias com a Sony, os
primeiros CD, se bem que a coisa só se vulgarizasse e melhorasse em termos de
qualidade na década de 90.
Dali
até ao presente foi um fósforo, fruto do enorme salto tecnológico das últimas
décadas, com a introdução de sistemas de áudio gradualmente mais sofisticados,
hoje em dia associados ao chamado infotainment,
envolvendo os sistemas de navegação e de informação hoje comuns a muitos
modelos. Adicionalmente, levam-se para o carro as próprias preferências
musicais nas mais diversas plataformas – pens,
smartphones e iphones, ligados ou não via Bluetooth – ou a partir de plataformas
como o Spotify, ou mesmo através da cada vez mais inevitável cloud, onde muitos escarrapacham ao
mundo toda a sua vida! Recordo aquela máxima de que “o que vai para a net, nunca mais desaparece da net”.
“Cantando em voz
alta e sem quaisquer inibições, significa que a libertação mental será maior à
medida que colocamos mais energia”, disse o professor Stephen Clift, uma
autoridade de referência sobre os benefícios do canto para a saúde, da
Universidade Canterbury Christ Church, no Reino Unido. “Quando cantamos em voz alta, especialmente canções que conhecemos bem,
sentimos um ‘factor de bem-estar’ decorrente da respiração mais profunda, mais
lenta, e aumento da actividade muscular. Sentimo-nos menos stressados e mais
relaxados.”
Sala
de espectáculos privada
Outro
salto significativo é a chegada dos mais conceituados produtores de sistemas de
áudio ao sector automóvel, alguns deles dos sistemas que, até há bem pouco
tempo, só se viam dentro de casa ou em concertos.
Só
para dar alguns exemplos, a Bose
equipa grande parte da gama de modelos Mazda, como o roadster MX-5, aqui com a particularidade de os altifalantes estarem integrados nos encostos de cabeça dos bancos. Tem ainda
acordos com outros construtores como a Fiat, a Nissan ou a Porsche. Líder
francês em acústica profissional e hi-fi, a Focal é presença assídua a bordo dos mais recentes Peugeot, com
destaque para os novos SUV 3008 e 5008, e na maioria da gama da também gaulesa Renault, no novo DS 7 Crossback e na edição especial ‘Black Edition’ do
Nissan Juke.
O
gigante do som Harman fechou recentemente
um acordo mundial com a Ford, equipando muitos dos seus novos modelos com o evoluído B&O PLAY Sound System, enquanto as mais requintadas propostas da
sua marca Bang & Olufson equipam
modelos da Audi, Aston Martin, BMW e da AMG, a divisão de performance da
Mercedes-Benz. Esta também usa sistemas Harman/Kardon, tal como modelos da BMW, Kia, Mini e Volvo, com os suecos a colocarem, como pedra de toque, os
sistemas Bowers & Wilkins a bordo dos novos XC90 e S90.
Comuns a todos os sistemas acima, bem como muitos outros - Fender, Dynaudio e Meridian, só para dar mais (alguns) exemplos - são os altifalantes, em número variável, cuidadosamente posicionados no habitáculo, garantindo a todos os passageiros um envolvimento total com o ambiente sonoro, parte de uma tecnologia premium bem mais abrangente, com amplificadores de muitos watts, mais tweeters, woofers e subwoofers, que hoje nos permitem desfrutar, na perfeição da mais simplista balada a uma voz, ou o mais elaborado e completo concerto de música clássica, independentemente do volume de som escolhido, quase como se se estivéssemos num auditório ou sala de espectáculos.
Imagem: Trendy Wheels/SP |
Por isso, se tem um carro novo aproveite tudo o que ele tem para lhe proporcionar e cante. Quem sabe se não tem dentro de si uma estrela potencial!
Cumprimentos
distribuídos irmãmente e até breve!
José Pinheiro
Notas:
1) As opiniões acima expressas são minhas,
decorrentes da experiência no sector e de pesquisa de várias fontes;
2) Direitos reservados das entidades
respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste texto, conforme expresso.
Sem comentários:
Enviar um comentário