Anteontem, abordei, com a ajuda da APSI – Associação para a Promoção da Segurança Infantil, a temática da Segurança Infantil e da actual
realidade das estatísticas, decorrentes das situações testemunhadas no âmbito
das acções que esta associação realiza amiúde, in loco nas estradas ou em eventos dedicados aos profissionais ou
abertas à população em geral. Ficaram, então, prometidas algumas respostas
adicionais, nomeadamente no futuro que esta realidade pode ter em Portugal.
Infografia: APSI |
A falta de formação adequada destes profissionais “é, de uma maneira geral e também, um factor
muito crítico,” acrescentando ainda que “as
campanhas que são promovidas junto da população por vezes também não veiculam
as mesmas mensagens ou as mensagens mais relevantes”.
Um passo
importante em Inglaterra
Em Inglaterra
houve, recentemente, um avanço significativo entre os principais construtores
de dispositivos, num evento organizado pela Good Egg Safety, em que se abordou,
naturalmente, a incorrecta fixação das cadeirinhas e uso de dispositivos não
adequados, definindo-se um conjunto de acções a implementar a curto prazo, com
destaque para as seguintes:
- a necessidade de uma mesma terminologia em toda a indústria, para passagem de uma mensagem mais consistente;
- a importância do treino e certificação do pessoal das diferentes entidades que trabalham neste campo;
- a importância na informação que é passada aos futuros pais, antes mesmo do nascimento dos rebentos, e na posterior evolução do SCR ideal, à medida que a criança cresce;
- potencial erradicação dos assentos elevatórios, que dão pouca protecção à cabeça, pescoço e quadris, nomeadamente nas colisões laterais.
- simplificação da legislação i-Size, considerando-se que pode causar alguma confusão entre pais, educadores e profissionais de segurança das estradas.
Presentes
neste encontro estiveram marcas como a Besafe, Britax, Cosatto, Cybex, Dorel,
Halfords, John Lewis, Mamas & Papas, Mothercare e RoadSafe, para além de
diversas e entidades do Reino Unido relacionadas com a temática da segurança
nas estradas como sejam a EuroNCAP,
esta com uma abrangência pan-europeia, ou entidades locais de segurança
infantil.
Mas, e
por cá?
A responsável da APSI referiu que “seria muito interessante criar em Portugal uma rede ou plataforma de
trabalho que permitisse, não só garantir uma maior coerência na informação
disponibilizada pelos diferentes organismos e profissionais que intervêm nesta
área, mas também, articular iniciativas, desenvolver campanhas conjuntas e gerar
recursos financeiros para a execução de ações e atividades a desenvolver pelas
organizações que, como a APSI, tem um conhecimento muito especializado e
relevante neste domínio, mas escassos apoios financeiros.”
À semelhança do exemplo britânico, alcançar em
Portugal algo de contornos semelhantes “parece-nos
uma grande mais-valia”, envolvendo-se os fabricantes e vendedores de SRCs,
organizações da sociedade civil, organismos do Estado, laboratórios, etc. “Apesar
de ainda não existir um Fórum desta natureza, existem no entanto, diversas
iniciativas que têm sido/estão a ser desenvolvidas em conjunto por diversas
entidades e que são de realçar, como por exemplo, o programa “ALTA SEGURA da APSI”, bem como o projecto “Bebés, Crianças e Jovens em Segurança do Ministério da Saúde”, uma parceria com diferentes interlocutores.” Acrescente-se que a mesmo envolve a Direcção Geral de Saúde, a Dorel/Bebé Confort, a Fundação MAPFRE e,
naturalmente, a APSI.
“Adicionalmente,
a APSI tem estado a desenvolver formação para profissionais e acções para
famílias com o apoio/para algumas empresas fabricantes e/ou que vendem SRCs. Já
há também um grupo de saúde privado a trabalhar com a APSI de forma regular
esta área,”
acrescentou Sandra Nascimento. Os próximos workshops
direccionados às famílias, decorrem já
nos dias 15 de Março (Lisboa) e 2 de Abril (Porto)! Saiba mais aqui.
Há agora que
passar das intenções à prática. Por cá e como se comprova pelo acima exposto, a
APSI faz os possíveis e, por vezes, os impossíveis no sentido de alertar recorrentemente
todos os envolvidos para a importante questão da segurança e integridade dos
mais novos a bordo dos automóveis. “Há muitas
entidades a fazer ‘coisas’, mas nem sempre de uma forma integrada. Seria, por
isso, interessante criar em Portugal essa plataforma com todos os
interlocutores que disseminam informação para as famílias”. Fica lançado
o repto!
Cumprimentos
distribuídos irmãmente e até breve!
José
Pinheiro
Notas:
1) As opiniões
acima expressas são minhas, decorrentes da experiência no sector e de pesquisa
de várias fontes;
2) Direitos
reservados das entidades respectivas aos ‘links’ e/ou imagens utilizados neste
texto, conforme expresso.
Sugestão
adicional: agora que nos
aproximamos dos períodos de entrega do IRS, caso assim o entenda, convido-o a
incluir o NIPC 502 886 412 no Quadro 9 do Anexo H, ajudando, assim, a APSI a contar com um reforço financeiro
ao seu orçamento. Poderá ainda, se assim o entender, ajudar esta entidade sem
fins lucrativos com um donativo para o IBAN
PT50 0036
0012 99100072219 84. Sem a sua
ajuda fica mais complicado alcançar os objectivos bem definidos, visando a redução do número
de acidentes, a sua gravidade e as consequências nas diferentes faixas etárias! Saiba mais no Portal da APSI e acompanhe
as acções no seu Facebook. Obrigado!
Excelente artigo!Parabéns!
ResponderEliminarBom dia e obrigado! Um tema sempre actual que ninguém deveria descurar. JP
Eliminar